Capítulo 32

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Thor galopava á frente de um pequeno grupo de membros da Legião, dirigindo-se apressadamente para a Corte do Rei; eles haviam estado cavalgando sem parar, forçando seus cavalos ao máximo, durante todo o dia e todos estavam exaustos. O segundo sol já estava no céu há muito tempo quando Thor avançou pela ponte levadiça, cruzou o Portão Real, sem reduzir a velocidade. Seus amigos seguiam seu ritmo enquanto prosseguiam por baixo do túnel e saíam do outro lado, formando uma tempestade de poeira, ao entrar na Corte do Rei.

Eles continuavam avançando através da corte e saindo pelo portão do outro lado, Steffen os guiava para o campo onde Gwen tinha sido cercada. O coração de Thor estava batendo acelerado em seu peito enquanto ele rezava abrigando a esperança de que talvez, apenas talvez, ele a encontrasse ali viva, juntamente com Krohn.

Mas pela forma como Steffen havia narrado os acontecimentos, ele sabia que as chances eram poucas. Ela poderia estar morta. Ambos poderiam estar.

Thor tinha de verificar por si mesmo. Ele sentia-se tão grato pelo fato de que todos os seus amigos o apoiavam e cavalgavam com ele naquela jornada, recusando-se a ir para outro lugar.

Nenhum deles hesitou, sequer por um momento. Ele realmente sentia que eles eram seus irmãos agora.

Eles cavalgavam sem parar através dos campos, subindo e descendo morros, atravessando um imenso campo de flores. Ao fazer uma curva, Thor avistou Estopheles, ele voava em círculos lá no alto dos céus, Thor sentia que eles estavam perto. Eles contornaram outra colina e o coração de Thor parou quando ele viu a carnificina diante dele. Ele continuava avançando, era como se estivesse indo para um pesadelo.

Lá no topo da colina, havia o que pareciam ser vários corpos, cadáveres dos Nevaruns, todos vestindo sua armadura característica verde e amarela. Ele podia ver o derramamento de sangue, mesmo de onde se encontrava e mais ainda, ele podia sentir isso, na própria estrutura do solo. Uma grande calamidade havia sucedido naquele lugar e Thor odiava a si mesmo por não ter estado ali para proteger Gwen.

Thor e seus homens prosseguiram pelo topo da colina e quando chegaram até o grupo de corpos, todos eles desmontaram de seus cavalos. Thor mal esperou que seu cavalo parasse, ele saltou e correu, examinando desesperado todos os corpos no chão, as lágrimas inundavam seus olhos, ele rezava e abrigava a esperança de que nenhum deles fosse Gwen. Ele viu os cadáveres inertes dos Nevaruns, alguns tinham flechas perfurando suas gargantas, o sangue manchava o campo e Thor podia ver que uma batalha cruel tinha acontecido. Ele pôde perceber com apenas um olhar, que tudo o que Steffen tinha lhe dito era verdade. Thor estava mais agradecido do que nunca a Steffen por fazer tudo o que era possível para defender Gwen.

Ele examinava os rostos desesperadamente e seus irmãos da Legião faziam o mesmo, enquanto corriam de um corpo para o outro, no entanto, seu coração já tinha lhe dito o que ele já sabia ser a verdade: Gwendolyn não estava ali. Ela havia sido levada.

Essa percepção o atingiu como um martelo. Por um lado ele estava aliviado por não ter encontrado o cadáver de Gwen. Isso significava que havia pelo menos alguma esperança de que ela estivesse viva. No entanto, ele a imaginava sequestrada, roubada daquele lugar e todas as coisas terríveis que poderiam ter acontecido com ela desde então. Seu corpo ardia com um súbito desejo de salvála e um intenso desejo de vingança. Enquanto Thor continuava a examinar a grama sangrenta, ele viu algo que fez seu coração afundar: Krohn jazia ali, deitado de lado, imóvel, o sangue escorria de sua cabeça. Thor correu até ele, caiu de joelhos e passou a mão ao longo de sua pele. Ele podia vê-lo respirar fracamente, mesmo assim, ele estava muito aliviado. Ele viu o sangue em seus dentes e olhando para os corpos em volta, Thor podia apreciar o dano que Krohn tinha feito e se sentiu inundado por um enorme sentimento de gratidão para com ele por proteger Gwen, mas ao mesmo tempo Thor estava oprimido pela culpa.

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