11.0 - Remember me

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Hallo hallo, meu povo!
Bem, lembram-se das notas do capítulo 8.5, quando eu disse que teríamos mais capítulos introspectivos? Então, voltamos mais uma vez com um cap menos aventura e mais voltado para dentro.
Como da outra vez, esse capítulo é com uma Clara já conhecida por nós, a Clara vitoriana, lá de The Snowmen. Por falar nele, temos cenas e falas que vieram direto do episódio e outras criadas por mim, para "preencher" quebras de tempo entre uma cena e outra do episódio.
Esse também é um dos maiores capítulos da fic e tenho a ligeira Impressão que está um pouco prolixo e enfadonho, mas espero que seja só o meu perfeccionismo falando xD Por isso, peço que vocês deixem um comentário quando terminarem de ler, precisa ser coisa longa, não, só pra eu saber o que vocês acharam :D Ou um votinho também :3
Agora chega de falatório e vamos ao que interessa :D Boa leitura ;)

XXX

“Eu sonho com uma escada para os céus,
Meu anjo está vindo dos Céus para me buscar
Eu o alcanço, mas então você desaparece,
Toda vez que você me chamar
Saiba que estou apenas um passo atrás.”
— Stairway to the Skies, Within Temptation

Londres, Inglaterra, dezembro de 1892.

O Doutor despejou o conteúdo do bule para dentro da xícara, deixando o objeto abandonado sobre o balcão da cozinha da Tardis. Era inevitável adquirir alguns hábitos humanos, como esse de beber uma xícara de chá quentinha enquanto lia um bom livro dentro do aconchegante do lar, estando o lado de fora totalmente enregelante. Sua Tardis poderia não ser uma casa tradicional, porém, era sua morada a mais tempo do que qualquer um poderia contar.

Diferente de épocas passadas, a nave estava estacionada no mesmo lugar há... Quanto tempo mesmo? Ele até mesmo perdera as contas, com dias, semanas e meses embaralhando-se em sua percepção. Que diferença isso fazia? Estava aposentado, sem mais aventuras, sem mais companheiros agitando e avivando sua Tardis, apenas ele e sua solidão.

O Doutor bebericou do conteúdo, percebendo que errara na quantidade de açúcar novamente, não estando doce como gostaria. Sem vontade de retornar para a cozinha, apenas largou a xícara sobre a parte do console ao lado da cadeira em que se sentara. Colocando os óculos que sempre deixava abandonado na sala principal, abriu o livro que lia anteriormente: Grandes Esperanças, de Charles Dickens, exemplar dado a ele pelo próprio escritor em pessoa. Talvez algum dia devesse visitá-lo novamente... Não, sem mais aventuras, prometera para si mesmo. Esses dias eram passado. Agora, tudo o que lhe restava era aproveitar sua reclusão solitária em seus séculos restantes.

Procurou com os olhos o último parágrafo que lera algumas horas antes, deparando-se com Pip, o protagonista, a pensar em como sua vida seria melhor se tudo tivesse sido diferente, ambicionando e criando mil e uma expectativas. Era o ponto de virada do livro, onde o título da obra começava a fazer sentido com o enredo.

O Doutor sorriu de canto, perdido em seus pensamentos, lendo o mesmo parágrafo várias vezes sem sequer enxergar realmente. Será que ele também era como os humanos, criando enormes esperanças, mesmo sabendo que no final sua queda seria grande? Afinal, quando mais alto se isolasse em...

O soar do telefone da Tardis interrompeu sua linha de pensamento e sua leitura, que, na verdade, fora deixada de lado minutos antes, mesmo que ainda permanecesse com o livro aberto.

O Doutor hesitou, titubeando se deveria atender ou não. Talvez fosse um pedido de ajuda de algum lugar no universo. Estava em dúvida se deveria perder tempo em mais uma recusa ou não. O aparelho continuava a soar, como se a própria Tardis insistisse para que a ligação fosse atendida.

Memento MoriOnde histórias criam vida. Descubra agora