06. Príncipe encantado

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A festa, as comemorações. Tudo. Absolutamente tudo foi mágico. Ezra e eu dançando foi de arrancar suspiros e mesmo não tendo nenhum ensaio, foi como se nós dois tivéssemos nascido para deslizar juntos por um salão.

Ele foi tão bondoso, prestativo e delicado comigo a noite toda. Tentando ao máximo não me deixar sozinha, mas em alguns momentos, ele apenas se afastava para que eu pudesse aproveitar com minhas amigas.

A festa tinha acabado. Meus pés doíam, assim como minhas costas. Eu suspirei, enquanto meus pais apenas andavam para lá e pra cá, dando ordens.

"E então, você gostou?" Ezra perguntou, se sentando ao meu lado.

"Muito," Eu sorri. "Muito obrigada por ter vindo, significou muito para mim."

"Não foi nenhum esforço." Ele bebericou seu copo.

"O que é isso?" Pergunto, franzindo o nariz.

"Bebida, e não é para você," Ele murmurou, apoiando-se no muro.

"Não sei como vocês conseguem beber isso..." Coloco minha lingua para fora, com nojo. "Eu odiei quando eu, Toby e Dana bebemos..."

"Aquele moleque te deu bebida?" Ele franziu a testa, parecendo irritado agora.

"Não, quero dizer, não ele." Eu murmuro, tentando focar meus pensamentos para achar as palavras certas. "Foi... Dana." Desabafo e me amaldiçoo. "Porque não consigo esconder nada de você? Estou sempre falando demais e..."

"Isso é bom, continue assim." Ele riu, enquanto me abraçava de lado.

"Você está fedendo a álcool." Eu o empurrei levemente.

"Desse jeito você me magoa, pequena,"

"Oh, claro," Reviro meus olhos. "Quando você vai embora?" Pergunto.

"Amanhã, às oito da manhã," Ele pontua.

"Oh, não," Suspiro, deixando meus braços caírem ao lado do meu corpo. "Eu achei que poderíamos..."

"Desculpe, querida, eu não posso..." Ele murmurou, pesaroso.

"Ezra, você faria uma loucura comigo?" Pergunto, enquanto começo a tirar meus saltos.

"Que loucura?" Ele pergunta, franzido a testa.

"Vamos, vamos," Eu murmuro, puxando a mão dele para correr para longe do salão de festas o mais rápido possível. "Ainda são uma da manhã. Temos toda a noite para aproveitarmos, hm?" Ri.

Ele riu também, enquanto corria comigo para fugirmos.

–*--*--*--

"Oh, céus," Ele riu, enquanto se jogava no chão da sua casa na árvore, seu peito subindo e descendo. "Eu não me divertia assim a muito tempo, Em. Obrigado."

"Eu quem deveria agradecer por você ter vindo de tão longe," Eu murmuro, me deitando ao seu lado.

Da posição em que estávamos, era possível ver o céu e as estrelas, brilhando lindamente no topo do céu. A noite estava linda e tranquila e tínhamos desligado nossos celulares em algum momento. Nossos pais ligavam o tempo todo e simplesmente, não queriamos atender.

Eu sabia que ganharia uma bronca amanhã, mas eu não queria que essa noite acabasse. Nunca. Eu simplesmente, precisava que ele ficasse comigo.

"Ezra," Sussurro.

"Oi, Em," Ele pergunta, me encarando levemente.

"Você acha que um dia eu vou encontrar um mate?" Pergunto.

"Sim, e ele vai estar lá na sua transformação." Ele cruza seus dedos nos meus e beija as costas da minha mão.

"Você acha?" Eu pergunto.

"Tenho total certeza, querida," Ele sorri, suspirando.

"Tenho medo," Sussurro.

"De que?" Ele se virou totalmente para mim, apoiando a mão em minha cintura agora.

"De ele não ser bom ou me amar," Encolho meus ombros. "Ou, de ele me rejeitar." Fecho os olhos. "Eu só quero ser amada, Ezra."

"E você será, eu prometo." Ele beija minha testa.

"Como pode prometer por outra pessoa?" Pergunto, em um sussurro.

"Simplesmente, posso" Ele dá de ombros. "Se ele magoar você, o mato imediatamente."

Eu ri baixinho, fechando meus olhos cansados. "Não quero dormir agora,"

"Durma, Em." Ele sussurra. "Prometo que não vamos embora, tudo bem?"

Eu acenei com a cabeça e suspirei, cedendo aos seus carinhos e enfim, caindo em um sono pesado.

*--*--*--

Ponto de vista de Ezra

Emy rastejou em minha direção, apoiando a cabeça em meu peito e apoiando a mão ao lado do rosto. Ela ressona, enquanto dorme calmamente em meu colo.

Emily se tornou uma garota tão bonita, feliz e meiga. Céus, ela conseguiu entrar em meu coração e em minha vida e mesmo longe, sentia que éramos mais próximos do que com qualquer um que eu conheça.

Até hoje me lembro quando ela me deu a noticia de que meus melhores amigos — Kyle e Lindy — eram mates. Ela parecia tão receosa que eu fosse explodir, mesmo tão nova, que eu não consegui deixar de rir e me sentir aliviado. Lindy merecia um homem que cuidaria e a amaria.

Com o tempo, Emy cresceu e se tornou parte da minha rotina. Era comum falar com ela antes de dormir, ajudá-la na lição de casa e então, ter a melhor noite de sono da vida. Em outro ângulo, desde que fui embora, fiquei pertubado e nunca mais consegui me envolver com outra mulher — nem mesmo uma garota de programa.

Hades não permitia que eu traísse sua mate dessa maneira e eu já não tinha mais cabeça para lidar com lobas carentes. Em um circulo geral, eu não era mais o mesmo e eu estava sempre tão absorto em problemas, que eu só deitava na cama e apagava completamente.

Mas hoje, eu simplesmente não conseguia dormir. Não com ela tão calma em meus braços, dormindo e se agarrando a mim, como quem tem medo que eu fuja. Por isso, a cubro com o meu blazer e apoio minha cabeça em minha palma e permaneço assim por horas, até que eu ceda e apague completamente.

Eu pisquei e já estava acordado. Meu despertador gritava em meu ouvido e Emy rolou para longe de mim, me fazendo rosnar e tatear o chão em busca do pequeno aparelho — que eu queria jogar na parede.

Desligo o despertador e ignoro as milhares de ligações não atendidas, apenas encarando o nada por muito tempo. Emy se senta e boceja, me encarando com o rímel um pouco borrado nos olhos. "É hora de voltar para a realidade, Ezra." Ela murmura, rouca.

"Hora de voltar para a realidade, Emy," Eu repito para ela, suspirando pesadamente. Acho que não estou preparado para a realidade depois de hoje.

A companheira secreta dos Alfas {Em revisão}Onde histórias criam vida. Descubra agora