“Você está ansioso?” Lindsay perguntou, segurando meu pescoço com força e me encarando, enquanto piscava seus olhos azuis intensos para mim.“Claro que sim,” Eu sorrio, roçando seu nariz no meu.
“Estou tão ansiosa para me revelar sua mate e descobrir, enfim, ser sua Luna.” Lindy segurou a gola da minha camisa social, dando-me um sorriso.
“Se eu fosse vocês dois, não criaria tantas expectativas,” Gamma Paul diz, enquanto bate o copo sobre a mesinha de centro. Ele dá uma risadinha e encara a esposa. “Jurei que outra loba seria minha mate, odiava Lucia e veja só, não consigo viver sem ela.”
“Oh, não, certamente não será o nosso caso,” Lindy riu. “Fique tranquilo, tio Paul, a deusa há de olhar por nós dois.”
“Bem, eu acho o amor adolescente lindo,” Lúcia diz, enquanto nos encara com olhos brilhantes. “Veja só como vocês são fofos,”
Lindsay corou, enquanto me soltava e sentava ao lado de sua mãe, a esposa do beta da nossa matilha. Crescemos juntos e não foi nada difícil se apaixonar por ela. É a garota mais doce e delicada do mundo, além de ser muito gentil.
É claro que, em alguns momentos, eu me pergunto o que aconteceria se nós dois acabassemos não sendo mates, mas tento não pensar demais. No fundo, eu tenho certeza que ela é minha mate. E ponto.
“Toma,” Kyle murmura, enquanto me estica uma latinha de Pepsi, meu refrigerante favorito.
“Mamãe!” O grito alto e estridente de Emily ecoa por todo o ambiente. Seus passos dentro do sapatinho coquete parecem com as patas de cavalos trotando. Seu rosto está vermelho e raivoso.
Eu dou uma risada ao vê-la. Lúcia a arrumou lindamente com um vestido branco com um enorme laço nas costas, meias até a canela e sapatos de boneca. Seus cabelos estão presos em um rabo de cavalo enfeitados por um outro laço. Sua expressão assassina não combina em nada com sua aparência fofa e delicada.
“Eu vou matá-lo,” Ela rosna, encarando o irmão. “Matá-lo.”
Kyle irrompe em uma risada ao meu lado, enquanto me segura como uma espécie de escudo humano. “Emy, lembre-se, seja lá o que ele fez, eu não tenho nada haver com isso,” Digo, erguendo minhas mãos em rendição. “Estou sendo usado como escudo por ele. Sou uma vítima.”
“Oh, não se preocupe. Mamãe disse que eu não posso matar você,” Ela bufa. “Mas, ele…” Ela encara o irmão. “Eu vou te dar o mesmo fim que Pitty.”
“Pitty?” Eu franzi a testa.
Ela rosnou, e eu segurei a risada bem a tempo quando ela ergueu os braços revelando uma boneca Barbie com os cabelos cortados quase que completamente e pintados de preto, com o corpo completamente tatuado - provavelmente, com caneta permanente - e algumas imagens no rosto.
“Era minha boneca favorita, seu vira-latas,” Ela resmunga, jogando-a no chão.
“Vejo bem o amor que tem por ela, sequer teve coragem de dar um funeral digno para ela.”
“Oh, certamente, quem terá um funeral digno será você.” Ela diz, enquanto corre até nós, mas a seguro, a mantendo no lugar. A impedindo de avançar.
“Emilly.” A voz do seu pai ecoa, a fazendo travar. “Isso são modos para uma moça?”
Ela para, com meus braços ainda em seu ombros e seu corpo balança em um soluço engasgado, enquanto ela corre para o pai fazendo biquinho, com o olhos lacrimejados. Hades a observa de perto, e eu franzo a minha testa.
Ele odeia crianças. Digo, odeia as crianças dos outros. Considera elas irritantes e chatas como o inferno. Mas ele não costuma reclamar dela. Não de Emilly e ele está sempre próximo quando a ouve chorar. “Papai, castigue-o. Faça ele pagar.” Ela soluça, inconsolável. “Ele matou a Pitty. Esse vira-latas.”
“Emy,” Lúcia a puxa para seus braços. “Venha cá,” Ela abraça a pequena, que agora parece muito mais inconsolável.
“Se vocês continuarem adulando ela, continuará chorando igual um bebê birrento,” Kyle alfineta.
“Não sou um bebê.” Ela berra.
“Claro que é,” Ele diz, dando lingua a ela.
“Não, não sou,” Ela bate os sapatos no chão de madeira.
“Kyle, já chega” Seu pai berra. “Céus, vocês dois não conseguem conviver educadamente na frente das visitas?”
Kyle fica parado, enquanto Emy esconde o rosto no pescoço da mãe. Por um segundo, sinto que Hades quer sair e estou com raiva de Kyle, mas isso passa antes que eu possa me questionar.
“Kyle, vá agora e compre uma boneca nova para ela,” O pai dele aponta.
“Pai…”
“Eu disse agora.” O mais velho resmunga, enquanto se senta novamente.
Kyle sai chutando o chão, enquanto o observo, sem conseguir ir atrás dele. Quero dizer, ele tinha passado de todos os limites, não tinha?
Os adultos começam uma nova conversa agora, algo sobre filhos, mas me mantenho de fora, enquanto observo Lindsay conversar. Emy pula do colo da mãe e anda até mim com passos fracos. Meus olhos estão nela agora.
“Tio Ezra.” Ela chama.
“Sim, Em..”
“Você me acha uma bebê chorona?” Ela pisca, seus olhos inchados e rosto marcado pelas lágrimas.
“Não, não acho.” Suspiro, enquanto a observo se sentar ao meu lado com um malabarismo, devido a altura. “Kyle é um idiota, apenas isso.”
“Eu sei,” Ela rola os olhos. “Ele é um intrometido. Você tem certeza que o quer como seu Gamma?”
“Ele é inteligente, você só precisa enxergar isso nele,” Eu rio baixo.
“Bem, ele é burro e tira notas baixas em redação.” Ela zomba. “E tem notas medianas em matemática, boa sorte.”
Observo-a pegar uma lata de pepsi atrás de mim, ainda fechada. Acho que era de Lindsay, já que não a vejo segurando uma.
“Ninguém trouxe refrigerante para mim?” Lindy pergunta, fazendo beicinho.
Olho para Emy com um olhar cumplice. “Não, querida, desculpe,” Dou de ombros.
“Eu mesma busco,” Ela diz.
Emy ri baixinho, enquanto abre o lacre e pisca para mim. “Shi,” Ela sussurra, enquanto coloca o indicador na frente dos lábios.
“Segredo, pequena,” Eu digo, assentindo e rindo, enquanto ela pula do banco e se afasta correndo para o lado de fora, onde Toby a espera.
Posso vê-lo pela janela. Eles se abraçam e pela segunda vez, vejo Hades completamente atento a tudo que Emilly faz.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A companheira secreta dos Alfas {Em revisão}
WerewolfQuando completei dezoito anos, uma revelação perturbadora mudou minha vida: minha mate, destinada pela deusa, era uma garota de apenas dez anos. O choque e o nojo me dominaram. Eu não conseguia acreditar que aquilo era real, mas, ao mesmo tempo, não...