09. Recriar laços

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Eu estava tão envergonhada. Simplesmente, não sabia como lidar depois da atitude ridícula na frente de todo mundo. Parecia que eu quem tinha feito algo de errado e não ele, quando claramente, era totalmente ao contrário.

Suspiro pesadamente, umedecendo meus lábios e enfim, suspiro pesadamente. O jantar seria na casa da matilha e todos estavam super alegres e falantes. Kyle e Lindy estavam aqui — tomando todo o cuidado do mundo com ela.

Meu irmão era um ótimo mate. Um homem impecável e amava sua garota com todo o seu coração. Sempre que eu olhava para o dois, torcia para ganhar um amor como o deles — no começo, com Ezra. Depois, com Toby e agora, eu estava perdida em meus próprios pensamentos e sentimentos confusos.

É claro que continuar com Toby não era mesmo uma opção, nunca foi. Mas Ezra... mesmo que eu não tenha visto nenhum vislumbre de mulher com ele, ainda está disponível e pode encontrar a mulher da vida dele a qualquer momento.

Uma mais bonita. Mais experiente. Mais velha. Mais requintada. Ela pode ter todas as coisas que eu não tenho.

"Lindy," Sorrio, assim que a vejo segurando o pequeno Kaio. Eles dois tem um combinado.

Quando nascer uma menina, o nome começará com L. Quando nascer um menino, o nome começará com K. Por isso, tenho dois sobrinhos lindos chamados Kennan e Kaio.

Kennan é tão agitado e saudável, enquanto Kaio ainda é recém nascido e parece caber na minha mão.

"Posso segurar?" Pergunto, fazendo bico.

"Claro, titia," Lindy me entrega ele, rindo.

Ela é tão bondosa e adorável. Lindsay é como uma irmã mais velha para mim, me dando todos os melhores conselhos. Inclusive, deixando claro que eu deveria esperar — depois de eu falar sobre a insistência de Toby.

Eu seguro o pequeno Kaio e me sento no sofá calmamente, enquanto Lindy se levanta e com o auxílio de Kyle, anda até o banheiro. Eu dou uma risada, enquanto ela resmunga que consegue andar e ir ao banheiro sozinha. Kyle se defende, dizendo que jamais se perdoaria se algo acontecesse com ela.

"Eles são uma graça não é, meu amor?" Sussurro para Kaio, que me encara com olhos arregalados e a mãozinha na boca. "Sim, você tem pais ótimos. Espero que eu e você tenhamos a sorte de sermos iguais a eles..."

"E serão." A voz de Ezra me faz pular e apertar um pouco Kaio contra mim, com medo de derruba-lo.

"Você me assustou." Sussurro. "Achei que estava sozinha."

"Ah, não se preocupe," Ele sorri para mim. "Gosta de crianças?"

"muito." Suspiro, encarando o pequeno em meus braços.

"Quer ter seus próprios filhos?" Ele pergunta e meu sorriso aumenta.

"Sim, quero ter uma família grande e numerosa. Pelo menos, quatro filhos," Eu digo, por fim.

"Uau," Ele arregala os olhos.

"Você acha muito?" Eu pergunto, sentindo minhas bochechas queimarem agora.

"Não... claro que não... é, bem... digo, você... talvez, você precise ampliar a casa para tantos... bebês," Ele gagueja.

"Ah, não tem problema. Eu passo por isso... ou quem sabe, eu e meu mate não compremos uma casa grande?" Eu o encaro.

"É, vejo que vocês dois vão ter muito trabalho... fabricando bebês." Ele ri baixo, enquanto passa o dedo sobre a testa de Kaio, que o encara atentamente.

"Lindy disse que é legal fabricar bebês," digo baixo, em um sussurro. "Mas não conte para ninguém que contei isso a você."

"Ah, não, pode deixar." Ele faz um sinal de zíper nos lábios. "Minha boca é um túmulo."

"Bem, de qualquer maneira, terei que esperar para descobrir." Suspiro pesadamente.

"Ainda é virgem?" Ezra pergunta, sem nenhum pudor.

"Certo, isso é constrangedor." Ela arregala os olhos.

"Não é não," Ele revira os olhos. "Você sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe?"

Eu suspiro pesadamente e aceno a cabeça para ele. Era estranho como eu tinha total confiança em Ezra para contar qualquer coisa.

"Sabe, é que... eu não sei dizer, mas eu... na verdade... eu e Toby nunca... você sabe... por isso, temos brigado muito e ele tem ficado agressivo," suspiro, enquanto me levanto para colocar um Kaio dormindo em seu carrinho. Volto e me sento ao lado de Ezra no amente. "Ele nunca tinha chegado a ponto de me machucar, mas ele parecia tentar fazer com que eu sentisse culpa por isso... como se eu devesse sexo a ele." Eu apoio minha cabeça na mão. "Ezra, eu simplesmente, não queria. Não com ele."

Ezra estende a mão e segura meus cabelos, uma pequena mecha, a colocando atrás da sua orelha. "Ok, vamos esquecer isso, eu resolvi, não resolvi?" Ele pergunta, segurando meu queixo. "Vamos falar e pensar em coisas boas."

"Hunrum," Eu sorrio para ele, um pouco mais aliviada agora. "Estou feliz que tenha voltado e mais que isso. Que tenha me perdoado pelo que eu fiz com você... eu estava com raiva e não percebi que, na verdade, você só queria me proteger desse tipo de atitude."

"Vou estar sempre aqui, minha pequena," Ele se aproxima, deixando um beijo demorado na minha bochecha, bem no canto da minha boca.

Quase gemi ao sentir sua respiração quente batendo contra o meu rosto e segurei seu pulso que tinha se apoiado na minha coxa esquerda.

A boca dele estava a centímetros da minha. Sua respiração se misturava com a minha e sua mão segurava minha perna com possessividade.

Ele estava prestes a me devorar, como um banquete. Como se ele precisasse disso.

"Ezra," Sussurrei. "O que você..."

"Crianças, o jantar..." A voz da Luna morreu e Ezra se afastou de mim calmamente, enquanto eu queria encontrar um lugar para me esconder logo. Céus. "O jantar está pronto, vamos?"

Ela se virou e saiu tão rápido, enquanto Ezra se levantava preguiçoso e sorria para mim.

"Vamos lá, querida," Ele diz, enquanto anda a minha frente, me deixando um pouco chocada.

Ele ia me beijar, não ia? E a Luna viu isso, não viu? Céus... minha calcinha está molhada. 

A companheira secreta dos Alfas {Em revisão}Onde histórias criam vida. Descubra agora