2 anos e onze meses depois | 1 mês para o aniversário de Emy
"Mamãe, eu e Toby somos apaixonados. E se formos mates?" Eu choraminguei, soltando algumas lágrimas solitárias.
"Emy, eu já falei que não," Minha mãe disse. "Esse garoto não é e nunca vai ser seu mate."
"Você não tem como saber." Eu gritei, batendo meu pé.
"Sim, eu sei," Ela pressionou as têmporas.
"Não, não sabe não," Eu choraminguei. "Se soubesse, teria previsto que Lindy e Kyle eram mates. E você não previu."
"Emily, já chega," Ela revirou os olhos. "Eu não quero mais essa discussão. Seu namorinho adolescente está proibido. E se essa história permanecer, eu vou... proibir você de vê-lo e te mando para um internato,"
Eu a encaro, boquiaberta. "Você seria capaz?"
"Oh, Emy, não teste sua mãe," Meu pai soltou um suspiro cansado.
"Ezra seria o único que me entenderia," Eu disse, batendo meus pés.
"Certo," Mamãe gritou. "Então, faça como sempre faz... ligue para ele como uma garotinha birrenta e peça para que ele te proteja, como sempre." Ela bufou, largando o seu prato vazio sobre a mesa e subindo as escadas para o seu quarto.
Eu a perdoei. É claro que sim. Ela tinha perdido a melhor amiga e eu estava tentando convencê-la a me deixar começar a namorar. Quero dizer, eu acho que fui um pouco sem noção, mas a sua opinião não mudou.
Nem a de Ezra, quando veio dois dias depois para o enterro da mãe de Lindy. Brigamos feio naquele dia. Ele foi duro comigo. Eu tentei entender que ele tinha apenas perdido o controle por estar triste também, mas depois de vê-lo ameaçar Toby, algo em mim se partiu.
Ele nunca tinha feito algo assim. Não na minha frente e ele sequer levou meus sentimentos em consideração. Não nos falamos desde então, por um longo ano e claro, por opção minha.
Ele me ligou todos os dias por cinco meses e eu o ignorei. Agora, que estou tão perto de completar dezoito anos, sinto como se tivesse sido idiota.
Ele não me liga, não me envia mais mensagens ou cartas. Seus presentes pararam de chegar e ele se fechou completamente. Eu estava deitada na minha cama, com uma das pernas dobradas e a outra apoiada nela, enquanto encarava a foto que Ezra tinha publicado.
Ele era tão bonito quanto um deus grego. Sua vida era um enigma para todos nós. E eu que fui a pessoa mais próxima dele, agora tinha o mesmo sentimento que todos os outros quando se tratava do nosso futuro Alfa.
Será que ele está bem? Será que retornará logo? Será que encontrou sua mate e se encontrou... será que ela é bonita?
Ignoro esses pensamentos enquanto pisco para a tela do meu celular, sorrindo levemente ao ver a mensagem de Toby brilhando na tela. Quero dizer, eu o amava tanto... ou ao menos, achava que o amava. Agora, nosso relacionamento parecia uma conveniência estranha — ao menos, da minha parte.
Meus pais nunca aceitaram nosso namoro. Kyle é o único que aceita e apoia, como um ótimo irmão mais velho. Eu o amava por isso, mas às vezes, eu sentia que enfim, estava começando a achar que mamãe estava certa.
Eu estava sempre inquieta quando ele chegava. Não conseguia relaxar e sempre que Toby tentava levar nossas noites para algo mais quente, eu simplesmente travava. Eu percebia que isso vinha o incomodando.
"Estou ansioso para hoje a noite." Mensagem de Toby.
Eu não respondi. Apenas marquei com um singelo coração. Não estava bem com ele depois da nossa última discussão. Toby tinha tanta certeza que éramos mates, que simplesmente não conseguia aceitar que não podíamos fazer sexo.
Ele dizia que todos os seus amigos faziam e que tinha vergonha de dizer que era um virgem de quase dezoito anos — o que eu duvido um pouco, porque na última semana, quando encontrei com ele, senti o cheiro de outra loba em sua camisa.
Eu estava um pouco decidida a terminar, mas estava enrolando para tomar uma atitude, por algum motivo.
"Emy," Mamãe me chama, batendo na porta levemente.
"Sim," Eu murmurei, me sentando. Ela abriu a porta e entrou, um pouco eufórica.
"Arrume-se, estamos indo para a casa do Alfa e da Luna," Ela sorri. "Fomos convidados para um jantar especial."
"Que jantar especial?" Murmurei, suspirando, cansada.
"Ezra está voltando, finalmente, a guerra terminou!"
Eu parecia ter parado de ouvir daí e enquanto mamãe me empurrava para o banheiro, eu tentava compreender o que ela tinha falado. E só quando a água gelada bateu nos meus cabelos, que percebi que mamãe tagarelava do outro lado do box.
"Isso é tão bom, não é?" Ela suspira, espirrando meu perfume em seu pulso.
Ela já estava linda e arrumada. Mamãe era uma mulher tão linda e elegante. Papai tinha tido sorte de tê-la como sua mate. Eu suspiro, enquanto inclino meu rosto para a água.
"Aqui, use este," Mamãe me ofereceu o sabonete líquido com cheiro de maracujá.
"Hãn?" Franzi a testa.
"É novo," Ela ri baixo. "Acho que você pode gostar."
"Ah, tudo bem," Suspiro, espalhando uma grande quantidade nas mãos.
Mamãe continuou tagarelando até depois, quando eu já estava sentada na frente da penteadeira, tentando decidir antes de deixar os cabelos soltos ou presos. "Deixe-os assim," Ela beijou o topo da minha cabeça, deixando a escova sobre a mesinha.
"Agora, vamos lá, Emy," Ela suspirou, me dando um olhar calmo e bastante significativo. "Entendo que não fale com ele a algum tempo, mas ele estará aqui e poderão conversar como dois adultos."
"Não sei se dessa vez, ele vai querer saber de mim, mamãe," Eu suspiro e o sentimento de culpa recaí sobre mim.
"Olhe para mim, Emy," Ela suspira pesadamente e eu me viro para ela, a encarando debaixo. Mamãe junta minhas bochechas entre seus dedos. "Ezra jamais faria qualquer coisa para magoar você e tenho certeza absoluta que ele vai abraçar você assim que te ver, sem nenhuma mágoa."
"Entendido," Suspiro, nervosamente.
No fundo, eu não conseguia acreditar em nada do que ela dizia.
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A companheira secreta dos Alfas {Em revisão}
WerewolfQuando completei dezoito anos, uma revelação perturbadora mudou minha vida: minha mate, destinada pela deusa, era uma garota de apenas dez anos. O choque e o nojo me dominaram. Eu não conseguia acreditar que aquilo era real, mas, ao mesmo tempo, não...