08. Retorno do futuro alfa

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"Venha, Emy, quero que fique ao meu lado." A Luna me puxou, enrolando seus dedos aos meus, ansiosa.

"Eu não acho que seja adequado," Eu murmuro, sentindo minhas bochechas queimarem.

"Ah, eu acho," Ela ri. "Não seja boba, querida. Gosto tanto de você, quero que fique comigo," Ela suspira. "Você me acalma, Emy."

"Bem, é que não sei se Ezra iria ficar feliz em me ver..." Murmuro.

"Oh, é claro que vai ficar, bobinha," Ri. "Agora, me conte alguma coisa legal, preciso parar de sofrer com a ansiedade."

Eu queria perguntar como ela ficou sabendo que ele voltaria, mas eu simplesmente não conseguia pensar em mais nada. Minha cabeça estava um turbilhão, por isso, me limitei a contar a ela sobre alguma coisa nada importante sobre um programa novo de TV.

No entanto, em poucos segundos, meu olhar foi levado para a gritaria que ocorria ao longe.

"Ele chegou!" Alguém gritou ao longe.

Era claro que ganhar uma guerra era grande coisa. Jaden tinha passado longos oito anos longe de casa, sendo o homem mais enigmático e fechado do mundo. Era admirado por todos e cada avanço era comemorado... mas agora, ele estava voltando para casa com a vitória.

Sua primeira vitória. Isso era emocionante. Eu sorri levemente, sentindo meu rosto corar.

Uma das tradições da matilha era que os guerreiros voltassem andando pela principal via. Eles iriam se dispersando aos poucos, procurando por seus familiares. No entanto, tinha sido diferente agora. Ezra andava com maestria, com todos os seus homens andando atrás dele. Nenhum saiu. Ele parecia não perceber, pois seus olhos estavam em nós.

Os minutos de caminhada — vinte, ao todo, da fronteira até aqui — tinham sido torturantes. No entanto, os três minutos até que ele parasse a nossa frente foram ainda piores. Parecia que eu tinha sido empurrada para um abismo e o tempo tinha parado de funcionar.

E, em um impulso, antes que ele conseguisse subir a grande escadaria, eu corri em sua direção, soltando a mão da Luna e descendo a escada correndo. Eu pulei em seus braços, enrolando meus braços em seu pescoço e permitindo que minhas lágrimas molhassem sua camisa.

"Ezra," Eu mumurei.

"Estou aqui agora, meu amor," Ele murmurou, beijando meu ombro.

"Me perdoe... me perdoe. Eu fui tão burra. Eu não devia..."

"Não, não," Ele murmura, bem próximo ao meu ouvido. "Esqueça isso, estou de volta agora. Não chore, minha Emy."

"Eu senti sua falta," Murmurei, com meu nariz completamente vermelho. Me afastei dele, mas seus dedos não soltaram a minha cintura. "Eu tive tanto medo da sua reação. Não queria que me odiasse, que me rejeitasse como sua amiga, Ezra."

"Não, nunca... rejeitaria você." Ele suspira, pesaroso. "Agora, vamos. Acho que minha mãe vai explodir a qualquer momento."

E foi só então que percebi que ninguém tinha me seguido. Fiquei constrangida, ainda mais quando Ezra me puxou para cima pela mão. Me soltei dele assim que ele começou a cumprimentar a família. Primeiramente, seu pai.

Me camuflei no meio da nossa família, enquanto me afastava para trás.

"O que foi aquilo?" Toby pergunta, me assustando.

"Hãn?" Franzi a testa.

"O que foi aquela cena, Emy?" Ele diz, entredentes. Baixo o suficiente para que apenas eu pudesse escutar. "Aquilo foi ridículo."

"Tob, eu..." Gaguejo.

"Pelo amor de Deus," Ele revira os olhos. "O que ele tem, em? Você correu para ele como uma idiota apaixonada. Sabe o que os caras vão dizer?"

"Estou pouco me fodendo para os 'caras'." Faço aspas com os dedos.

"Você não me ama, é isso?" Ele diz, segurando meu braço. "O que houve com toda aquela história de mates? Emily, não está querendo me trair como uma maldita garimpeira, está?"

Meu rosto ficou quente e eu me afastei dele. Mas, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, a mão de Ezra encontrou meu ombro. Seus olhos em Toby era afiados. Com sorte, estávamos dentro da estrutura montada para o Alfa e a Luna.

"Está tudo bem aqui?" Ele pergunta.

"S-sim, alfa. Estamos apenas tendo um papo de NAMORADOS," Ele diz a última palavra maais alto, como se quisesse afirmar algo para Ezra.

"Não parecia para mim," Ele comprimiu os olhos. Seus olhos desceram para o meu braço vermelho. "Você machucou ela."

"F-foi s-sem querer, alfa," Ele engoliu em seco.

"Sem querer," Ezra deu uma risada amarga.

"Sim, eu juro," Eu digo.

E todos ficaram em silêncio ao mesmo tempo, nos encarando. Com sorte, Kyle e Lindy não estavam aqui — já que ela precisava ficar de repouso por causa do nascimento do meu segundo sobrinho — ou as coisas sairiam um pouco de controle.

"Eu deveria ter te matado quando ainda era uma criança," Ele rosnou.

"Certo, certo," O Alfa disse, entrando no meio. "Toby, é hora de ir."

"Certo, Alfa," Ele sussurrou, tremendo como um covarde.

Em um último olhar para mim cheio de mágoa e raiva, ele se virou e saiu e então, finalmente senti que poderia respirar.

"Termine com ele," Foi a única coisa que Ezra disse, antes de se virar e sair, seguindo seu pai.

Eu fiquei congelada no lugar, enquanto mamãe e papai me encaravam com cautela:
"Ele já fez isso mais alguma vez?"

"Não," Sussurro.

"Não minta," Papai foi firme.

"Não, eu juro," Suspiro. "Só temos discutido com muita frequência."

Mamãe suspira e assente. "Certo, apenas... termine com ele." Ela diz, cansada. Sei que estava se segurando para não me apontar que já sabia como tudo terminaria.

"Só... não contem a Kyle, quero eu mesmo fazer." Suspiro.

"Sim, você mesma irá, já que vocês duas passaram por cima das minhas ordens," Ela suspirou. "Vamos para o carro."

E eu não pude retrucar ou dizer qualquer coisa, pois ela estava mais do que certa em me apontar isso. Depois dessa atitude radical de Toby, eu tinha percebido que ele não era homem para mim e que não havia nenhuma chance de sermos mates.

Não, a deusa não iria me emparelhar com um homem como ele. Não tem como isso acontecer... não é?

A companheira secreta dos Alfas {Em revisão}Onde histórias criam vida. Descubra agora