"Meus lábios encostam em você, mordida gelada
Gelada como gelo, corta como uma faca afiada
[...]
Estou tirando sua respiração mas você pede por mais
A ponta do meu dedo está traçando sua figura
[...]
Ela estava em cima de mim, então eu saí com o coração dela
Quebrada e cicatrizada
Não pedi desculpas
[...]
Tudo o que sei é que a sua pele sangrou, como a tinta que caiu da minha caneta
Minha cama será encharcada com um tom vermelho escarlate, e se afogará em todos os meus erros"
- Thief, Ansel Elgort.
• Lembrando que Crossroad é uma obra +18. Portanto, se você não se sente confortável com esse tipo de conteúdo, sugiro que pule esse capítulo.
✼ ✼ ✼
A campainha toca, interrompendo o filme que eu assistia. Bufo, pausando o filme e me levantando para atender a porta. Não me dou ao trabalho de ver quem está parado do lado de fora pelo olho mágico, e me arrependendo no instante em que meus olhos encontram os do moreno. Também não me dou ao trabalho de verificar as roupas que visto, pois sei exatamente quais são elas: um pijama do Tio Patinhas. Contudo, o moreno sequer parece prestar atenção nisso. Seu cabelo está uma bagunça só e suas mãos, assim como seu rosto, estão sujas de tinta.
Pelo menos ele não está usando uma roupa infantil, penso.- Hunter? - Ele alarga mais o sorriso, agarrando minha mão e me puxando para fora do meu apartamento, em direção ao dele.
Consigo, ao menos, fechar a porta. Penso em voltar para trancá-la, já que Cora não está em casa, mas Hunter parece tão animado e determinado que não ouso o interromper. Ele larga minha mão apenas para fechar a porta do próprio apartamento, voltando a agarrá-la outra vez logo após isso. O moreno abre uma porta no fim do corredor mas não acende a luz, o breu não me permite ver nada.
- Quero te mostrar uma coisa - ele fala, empolgado.
Apenas concordo com a cabeça, ainda tentando assimilar os fatos.
E então, ele enfim acende a luz.
Minha boca forma um "o" perfeito e tenho que lembrar a mim mesma como se respira. Entro mais no que deveria ser um quarto, porém, ao invés disso, é um cômodo lotado de quadros. Alguns vazios, outros tampados com panos e alguns poucos expostos.
Ele não me deixa analisar os quadros expostos por muito tempo, me puxando em direção à um quadro em específico. Meus olhos analisam atentamente cada traço de tinta dado, formando, assim, um perfil feminino. O meu perfil. Como eu queria ter feito nos quadros do museu, me aproximo e toco a tela com a ponta dos dedos. Na pintura, estou de lado. Não visto o vestido vermelho, como achei que seria, mas, sim, o seguro contra o corpo. O lado exposto do meu corpo evidencia minha tatuagem. Deslizo o dedo por toda a obra, amando a textura grossa da tinta sob minha pele.
- Hunter... - me atrapalho, incapaz de achar palavras para expressar o que sinto. - É maravilhoso. Tudo - me viro para o encontrar me olhando. - O quadro. Você.
Ele sorri e, pela segunda vez desde que o conheci, o vejo envergonhado. Ele olha para o chão, coçando a nuca e balançando o corpo sob os pés.
- Não é nada.
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Crossroad (EM REVISÃO)
RomanceO que é pior, novas feridas que são horrivelmente dolorosas ou velhas feridas que deveriam ter sarado anos atrás mas nunca o fizeram? Obs.: Pode conter palavras de baixo calão, descrições sexuais e uso explícito de bebidas e outras drogas. → Revisor...