"Infecte-me com seu amor
Me preencha com o seu veneno"
- E.T. (feat. Kanye West), Katy Perry.
✼ ✼ ✼
A porta foi aberta de supetão e, pela surpresa estampada em seu rosto, o moreno não esperava me ver ali. No entanto, seus lábios se alargaram em um sorriso presunçoso e ele tomou uma postura relaxada, se apoiando no batente da porta e cruzando os braços.
- Você têm um pouco de açúcar pra me emprestar? - Brinquei, lhe estendendo sua xícara.
Dei permissão para que meus olhos escorregassem pelo seu corpo, uma vez que o garoto vestia apenas um calção. Seus braços cruzados sobre o peito me impediam de ver com clareza a região do seu busto mas, por outro lado, me permitiam admirar os músculos tensionados de ambos os membros. Quando meus olhos repousaram sobre o rosto do moreno outra vez, o seu ar maroto havia sido substituído pelo desejo descarado e ele não pensou duas vezes antes de agarrar meu braço, me puxando para dentro e me colocando contra a porta após ter fechado a mesma.
- Eu devo ter.
Meus lábios entreabertos buscavam o ar que parecia ausente. Ele estava próximo demais e o cheiro do cigarro amentolado que ele, provavelmente, fumara alguns minutos atrás deveria fazer com que eu quisesse me afastar, mas, estranhamente, só instigava ainda mais a minha curiosidade sobre o gosto que seus lábios deveriam ter.
- O quê? - Meu raciocínio afetado não me permitiu assimilar com clareza suas palavras anteriores e eu me via intercalando o olhar entre seu pircieng labial e suas pupilas dilatadas.
- Açúcar. É por isso que você veio, não é?
Ri, recuperando um pouco a lógica.
- Sim. Assim como você ontem a noite, né? - Levantei as sobrancelhas, o desafiando.
Suas mãos, antes espalmadas na parede em cada lado do meu corpo, migraram para minha cintura. Arfei assustada, levando minhas mãos até seus ombros desnudos por conta da surpresa.
- Na verdade, Alyssa, eu esperava que você me oferecesse algo mais doce - ele sussurou em meu ouvido, arrastando os lábios pela minha cartilagem e a mordendo em seguida. - Vamos lá, Docinho...
Apertei a carne de seus braços e semicerrei os olhos, o empurrando para longe. Eu não iria ceder. Estava na hora dele, uma vez por todas, perder.
Quem estava ditando as regras era eu.
- Fale.
Ele ficou genuinamente confuso e um tanto agoniado, quase surtado. Eu gostava disso; gostava de saber que estava assim porque me queria.
- O que você queria ontem? - Incentivei. - O que você quer agora?
Levei o dedo indicador até a boca, alisando meus lábios e mordendo a ponta da unha. O garoto acompanhou cada movimento meu e engoliu em seco, praguejando algo.
- Que se foda.
Seus lábios se chocaram contra os meus de forma ávida e eu arregalei os olhos por ter sido pega desprevenida. O gelado do seu pircieng entrava em contraste com sua boca quente e eu me vi obrigada a fechar os olhos para poder sentir as sensações proporcionodas pelo moreno de uma maneira mais intensa. Suas mãos me apalpavam com força enquanto o beijo ia ganhando forma, nossas bocas se mexendo sincronizadas. Seus cabelos fizeram cócegas nas pontas dos meus dedos quando eu levei minhas mãos até sua nuca, puxando os fios da região. Abri mais meus lábios dando, assim, acesso total para que sua língua macia explorasse o meu interior.
Menta.
Eu quase podia sentir o frescor que a mesma causava, como se eu estivesse mastigando um pedaço da sua folha.
Gemi quando sua mão apertou uma das minhas nádegas. O som que saíra arrastado da minha garganta incentivou o garoto a apertar a região outra vez, porém, mais forte dessa vez. Ele chupou meu lábio inferior e o puxou antes de, pela falta de ar, quebrar o beijo.
Mantive meus olhos fechados quando ele se afastou mas não impedi que um sorriso triunfante surgisse em meus lábios.
- Xeque-mate - murmurei.
Abri meus olhos quando ouvi sua respiração pesada bater contra o meu rosto outra vez. Seus lábios estavam levemente inchados e avermelhados quando ele deu um sorriso de lado.
- Essa boca... - ele levou o polegar até meus lábios, traçando o mesmo caminho que sua língua traçava minutos atrás. - As coisas que você pode fazer com ela...
Mordi a ponta do seu dedo, circulando-o com a língua em seguida. Ele desceu seu dedo, agora úmido, pelo meu pescoço e o circundou com a mão, apertando a região e fazendo com que eu arregalasse os olhos amedrontada.
- Eu não vou te machucar, linda.
Vincos se formaram em sua testa e seus lábios se apertaram em uma linha fina, seus olhos ocos de quaisquer indício de mentira encontram os meus, me passando confiança. Seu aperto se afrouxou e ele continuou descendo sua mão, explorando meu corpo enquanto suas íris ganhavam vida analisando minhas reações. Apertei minhas pernas uma contra a outra quando sua mão parou em um ponto estratégico, quase tocando minha intimidade coberta pelo meu shorts de pijama.
- Fale - ele ordenou. - O que você queria quando pôs seus olhos em mim pela primeira vez? - Suas palavras saíram arrastadas, sua voz carregada de tesão. - O que você quer agora?
O jogo havia virado.
Quem estava ditando as regras agora era ele.
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Crossroad (EM REVISÃO)
RomanceO que é pior, novas feridas que são horrivelmente dolorosas ou velhas feridas que deveriam ter sarado anos atrás mas nunca o fizeram? Obs.: Pode conter palavras de baixo calão, descrições sexuais e uso explícito de bebidas e outras drogas. → Revisor...