25 | Quero pintar você

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"Oh, nosso amor está bêbado e está cantando minha música favorita pra mim

Eu e você

Fomos feitos para dar errado

Eu sei que é verdade

Mas é meio tarde demais"

- Perfectly Wrong, Shawn Mendes.

Ele já havia ido embora e, invés de fazer o que uma pessoa sã faria - voltar para a festa e aproveitá-la ao máximo -, chamei um táxi e fui embora também.

Pulei do carro assim que o mesmo parou em frente ao meu prédio, pagando o taxista e correndo em direção ao elevador. Passei em meu apartamento antes de me dirigir ao dele, tendo uma ideia estúpida, porém, se ele tivesse um humor fácil, eficaz.

Bati na porta, ansiosa para que ele atendesse.

Nada.

Será que ele não estava? Ou será que ele estava e não queria me atender?

Bati outra vez na porta, mandando de ansiosa para impaciente.

Nada.

Bati outra vez, mais forte.

Nada.

Avaliei minhas opções e, bufando, bati de novo.

- Já vai, porra.

Sorri, batendo outra vez. E mais uma e, com toda minha força, mais uma vez.

- Caralho! - A porta foi aberta com força e o rosto inundado de descontentamento do moreno surgiu à minha frente.

Abri ainda mais o meu sorriso.

- Você poderia me emprestar uma xícara de açúcar, vizinho? - Estendi a peça de porcelana em sua direção.

Ele não sorriu, como eu esperava que ele fizesse, mas, pelo menos, abriu espaço para que eu pudesse entrar. Assim o fiz. Ouvi a porta sendo fechada e parei no meio da sala, me virando em sua direção e apertando a xícara entre as mãos.

- Eu não vou pedir desculpas - avisei.

Não costumo pedir desculpas, por vergonha de demonstrar arrependimento. Nunca entendi o porquê disso, uma vez que reconhecer o seu erro e se redimir, além de essencial para o crescimento e amadurecimento individual, é algo bonito de se fazer. Mas, mesmo tendo conhecimento disso, detesto pedir desculpas. Acho que, no fim das contas, não sinto vergonha de me sentir arrependida mas, sim, de ter feito algo errado.

O moreno arqueou as sobrancelhas, achando graça.

- Não achei que fosse fazer isso.

Assenti com a cabeça.

- Que bom.

Desviei os olhos dos seus, voltando a lhe dar às costas e analisando seu apartamento com atenção. Parei repentinamente ao notar um livro em cima do sofá e, movida pela curiosidade, andei em direção ao sofá e me sentei, deixando a xícara de lado e pegando o livro.

- Você lê - afirmei, chocada. - Pensei que você, não sei, atirava facas em um alvo para matar o tempo.

Hunter riu, se sentando ao meu lado e tirando o livro de minhas mãos.

- Eu posso fazer as duas coisas - deu de ombros.

- Você realmente lê - falei, como se ele fazer tal coisa fosse um absurdo.

Crossroad (EM REVISÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora