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SARA

- Sara, o que faz aqui? Katy apareceu no final do corredor.
- Já estou indo. Respondi a sorrir.
- O que eu lhe disse sobre repouso ? Você está grávida, não pode fazer muitos esforços. Brigou.
- Fique tranquila Katy, eu já estou indo embora. Respondi pegando no seu ombro, enquanto sorria a conforta-lá.
- Está bem, mas se eu pega-lá, fazendo plantões de novo, te dou uma suspensão. A loira falou seria, mas logo sorriu com carinho.
- Como desejar senhora. Concordei a sorrir.
Peguei minha bolsa no armário dos médicos, assim como deixei o jaleco no cabideiro. Sai me despendido de alguns pacientes e amigos. Parada na porta do hospital, chamei por um táxi que logo parou.
- Para onde senhorita ? Perguntou o velho senhor.
- Manhattan por favor. Respondi.
- Como quiser. Falou.
O carro acelerou e então partimos. Enquanto andávamos, toquei a minha barriga que já estava de 5 meses, não estava muito grande, pois meu biotipo era magro, então demoraria para crescer como as demais. Olhando as luzes nas ruas, o táxi logo parou assim que chegamos no sinal. Uma mensagem chegou no meu celular, e então o procurei dentro da bolsa. Assim que o encontrei, sorri ao ver que era uma mensagem de minha mãe, foi então que a buzina soou e da janela apenas vê o clarão dos faróis do caminhão que vinha na nossa direção...

•••

- Os batimentos dela estão caído! Escutava as vozes, enquanto varias luzes passavam rápido no teto.
- Fique tranquila Sara, tudo vai ficar bem. A voz familiar soou através da silhueta embaçada que eu enxergava.
- Ela está perdendo muito sangue, o bebê não vai resistir. Escutei um deles falar.
- O bebê não, por favor. Sussurrava.
- Nós vamos salvar vocês, faremos o que for preciso. A voz de Katy soou para mim, eu não conseguia enxerga-lá, mas saberia reconhecer sua voz em qualquer lugar.
Me ligaram a varios aparelhos, enquanto sentia uma dor absurda em meu corpo.
- Ela não vai resistir. A voz masculina soou.
- Vamos aplicar o soro. Escutei a voz de Katy.
- Está maluca? Não sabemos o que isso era fazer! Esbravejou a voz masculina.
- É nossa única opção. Rápido, tragam o soro! Escutei Katy gritar - Fica tranquila, eu estou com você Katy, eu estou com você. Ela sussurrava enquanto apertava a minha mão.
Escutei passos e mais pessoas a chegarem na sala.
- Isso vai salvar vocês dois, e tudo vai ficar bem. Vamos, apliquem. Escutei sua voz.
Sentí algo perfurar a minha pele, fazendo um calor subir sobre meu braço. A dor era absurda, e sentia que o bebê agonizava dentro de mim.
- Ela está morrendo! Tragam o desfibrilador, agora! Escutei Katy gritar.
As luzes foram se apagando e meu corpo perdendo a força. Não conseguia mais ver e apenas sentia a vida saindo de meu corpo aos poucos.

4 anos depois...

- Vamos Jack, mamãe vai se atrasar pro trabalho. O chamei pela terceira vez.
- Eu não acho o meu Thor Mamãe. Ele apareceu na sala, fazendo um bico enorme, enquanto falava com a sua voz fofa.
- Para sua sorte, o Thor estava no meu quarto, onde você deixou ele ontem à noite, quando fugiu para a minha cama. Respondi pegando o boneco em cima do balcão.
- Thor! Gritou animado correndo até mim.
- O que você fala agora para a mamãe ? Perguntei.
- Obrigada mamãe. Disse o pequeno de olhos azuis a sorrir.
Ele pegou o boneco e começou a correr pela sala, enquanto o levantava no ar e falava coisas aleatorias. Pegando as chaves do carro, caminhei até a porta, onde Jack me segui. Mas assim que estávamos a atravessando, ele parou me chamando.
- Ta acontecendo de novo mamãe. Escutei sua voz.
Olhei para a baixo e o rosto de Jack estava ficando azul e seu olho se tornando vermelho. O peguei no colo e corri pelas escadas, entrando no quarto. O sentei na cama, e corri para banheiro, umedecendo a toalha com a água quente que saia da torneira da banheira. Me aproximei dele ajoelhando a sua frente, enquanto encostava a tolha com cuidado em seu rosto. O tecido estava tão quente, que quase não conseguia o segurar, mas para Jack, essa temperatura era como fria para nós. Aos poucos sua pele foi ficando branca novamente e seus olhos azuis.
- Pronto meu amor, tá tudo bem. Falava enquanto passava o tecido em seu rosto.
- E se isso acontecer na escola mamãe ? Perguntou choroso.
- Não vai acontecer amor, não vai. Respondi para ele.
Voltamos para o carro e seguimos para a escolinha. Assim que estava na porta, antes que Jack saísse, o lembrei das regras que havia passado.
- Apenas lembrando meu amor, nada de gelo...
- Nada de água fria, e se eu sentir que vai acontece alguma coisa, eu corro pro banheiro e ligo para você. Completou a me interromper.
- Isso meu amor, agora vem da um beijo na mamãe. Falei estendendo os braços para ele, o qual pulou em mim a me apertar com força.
- Eu te amo mamãe. Disse assim que me soltou.
- Eu também amo você meu amor. Retribuiu a beijar sua testa.
O pequeno desceu e correu até um grupinho de meninos que estava na grama. Meu coração apertava em deixá-lo, não quero que vejam o que acontece com ele e o joguem em um laboratório de pesquisas.
Guiei o meu carro até o hospital no Brooklyn, o maior do bairro. Estacionei o veículo na vaga privada e desci. Cumprimentei alguns colegas, mas fechei a cara, assim que vê Katy no corredor.
- Não vai mesmo falar comigo ? Insistiu.
Continuei caminhado a ignora-la, mas a mesma persistiu entrando na minha sala.
- Já faz 4 anos Sara. Falou.
- Sim Katy, já se passaram 4 anos, os 4 anos mais difíceis da minha vida! Você estragou nossas vidas! Esbravejei.
- Eu salvei suas vidas! Respondeu alterada.
Ri ironicamente, enquanto caminhava pela sala.
- Oh claro, voce salvou nossas vidas, injetando um soro que ainda estava em desenvolvimento! Você não salvou nossas vidas, fomos apenas as cobaias para o seu experimento. Cuspi as palavras com rancor.
Katy pensou em responde e até mesmo gesticulou com a boca, porém nada saiu. Ela abaixou a cabeça e abandonou a sala, me deixando sozinha. Sentei em minha cadeira, olhando para retrato meu e de Jack juntos. Ele tava pequenininho, e foi no dia dessa foto que tudo começou a sair do controle.

(Concluida) ICE- Loki  (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora