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LOKI

Assim que acordei, notei que havia outra pessoa no quarto. Sara estava parada, usando sua típica camisola que me fazia imaginar mil coisas. A criança pediu para que ela se deitasse na cama, e eu apenas assenti parado a observar. Ela subiu e se arrastou até o lado do garoto, ele sorriu e falou algo que me inquietou. Pai, ele me chamou de pai mais uma vez. Sara me olhou e eu apenas soube retribuir o olhar, sem nenhuma expressão. Se não pudesse ser pior, Thor apareceu estragando o momento, se é que aquilo era algo.
Os dois saíram juntos de Thor e acabei por ficar no palácio, lendo livros e conjurando alguns feitiços.
— Ainda se acostumando com a novidade — Frigga apareceu na biblioteca chamando minha atenção.
— Sabe que não, afinal aquela prole não é minha — Respondi a olhando de forma sarcástica.
— Ele me lembra você quando pequeno, grandes olhos azuis e cabelos negros. Mas diferente de você, ele é doce como a mãe, mas agitado como o pai — Falou.
— Ele nao é meu filho! — Falei nervoso me levantando.
— Loki, nao a mal em ser um pai. Ele pode ser a sua esperança para mudar, dé uma chance — Falou.
— Sabe que não há esperanças para mim, aquela prole só nos trará problemas. Se me der licença — Respondi me retirando.
Frigga estava louca se iria aceitar que aquele humano era meu filho, mesmo que eu sinta cosias por ele que não consigo explicar. Aproveitei o silêncio do palácio e me deliciei com um banho demorado. Conjurei minha roupas e desci as grandes escadas. Uma agitação chamou minha atenção, e assim que vê a humana chorando abraçada a Frigga eu me aproximei. Ela falou sobre os saqueadores, fazendo meu sangue gelar. Me aproximei e tornei a fazer a pergunta de Frigga. Assim que Sara me viu, correu até mim a me bater e dizer que era culpa minha. Eu segurei o seus braços e tornei a fazer a pergunta de Frigga. Assim que a palavra saqueadores soou mais uma vez, a raiva me consumiu por completo. Eu havia uma dívida com eles, mas não deveriam envolver a criança nisso, ainda mais que poderia ser o meu filho.
Sara abraçou Frigga chorando e então caminhei até ela, virando para mim a abraçando. Eu jurei que traria o menino de volta, pois ele era o seu filho e o meu também. Eu não sabia por que falei aquilo, mas um sentimento cobriu minhas palavras e foi inevitável. Sara ficou me olhando e fui surpreendido, quando seus lábios tocaram nos meus. Foi um beijo tranquilo, mas carregado de sentimentos. Nos separamos e ela sorriu, assim como eu. Evitando qualquer demonstração de afeto a mais, sai caminhando para longe.
Procurei por Thor e o vê passando as ordens para os soldados.
— Eu vou com vocês! — Falei.
— Não acha que já fez estragos de mais? Por culpa sua o pegaram — Disse nervoso.
— Ele é o meu filho! E eu vou trazê-lo para casa, assim como prometi a Sara — Respondi convicto.
Thor se calou é apenas concordou com a cabeça.
O dia que invadi midgard, os saqueadores ajudaram a mim e os gigantes de Gelo. Quando as naves começaram a cair, eu poderia ter os ajudado, mas tudo que fiz foi deixá-los para morrer. Devido a isso, minha dívida ficou eterna para com eles, e agora tudo piorava, pois estavam com Jack.
Os saqueadores sabiam bem como se esconder, seu reino ficava entre a passagem dos mundos, eles viam tudo que queriam, o esconderijo perfeito.
Deixamos os cavalos e seguimos apé até umas das inúmeras fendas no tempo. Um dos guardas disse que sabia um atalho para se chegar mais rápido. Depois de horas caminhando, o cheiro podre subiu e as vozes asquerosas soaram.
— Vejam! Ele é tão feio quanto o pai! — Gritavam.
Jack chorava alto, praticamente a gritar. Minha vontade era de entrar e matar todos, mas isso colocaria a vida de Jack em perigo. Conforme combinado, as equipes foram dívidas em três pessoas e então cercaram o local. Eu e Thor ficamos juntos, e assim que o sinal foi dado, invadimos. Pegos de supresa, começaram a nos atacar e logo o sangue derramou.
Eu esfaqueava as criaturas, enquanto via Jack encolhido dentro de uma gaiola a chorar.
— Quanto tempo meu amigo — O chefe de todos apareceu.
— Devolva-o para mim! — Falei.
— Sua prole? Não sabia que ela era feia como você, afinal os midgardianos costumam ser bonitos — Respondeu sarcástico.
— Já disse para me devolvê-lo! — Gritei o atacado.
— Hoje você morre Asgardiano! — Esbravejou.
Começamos a travar uma luta, minha lâmina atravessava sua pele diversas vezes. Mas por um descuido, sua lâmina atravessou uma parte do meu abdômen me fazendo gritar.
— Papai! — Ouvi a voz de Jack entre o choro que saia de sua garganta.
Olhei para a gaiola, onde o pequeno apertava as barras de ferro chorando compulsivamente.
— Só não terminarem de matá-lo, para que veja o que iremos fazer com sua cria — A criatura rosnou enfiando a lâmina as mais.
Escutei Thor gritar, mas não podia fazer nada, pois estava cercando. O gosto de sangue invadia minha boca, e minhas pernas fraquejavam. Minha visão foi se tornando turva, mas então me lembrei da promessa que fiz a Sara, eu levaria Jack para casa. Segurei a lâmina com minha mão, e então a puxei de meu corpo. A pele de meus dedos rasgava, mas eu não me importava. Joguei-a para longe, fazendo a criatura se assuntar com minha força estava anormal.
— Você não tocará em fio de cabelo do meu filho — Rosnei.
Girei minha lâmina no ar a cravando no pescoço da criatura. Seus olhos ficaram arregalados, e então a puxei, fazendo sua cabeça cair contra o chão. Após a queda de seu líder, todos os outros se renderam e então conseguimos vencer. A ferida que a lâmina fez ainda sangrava, mas já podia sentir o ferimento a cicatrizar. Me aproximei da gaiola onde estava Jack, o qua se encolheu com medo. Ele havia acabado de ver o pai decepar um monstro e ainda estava todo sujo de sangue.
— Não fique com medo, não te farei mal — o Falei calmamente.
Ele ainda estava com medo, mas mesmo assim pegou em minha mão. Seus pequenos bracinhos se enrolaram em mim, então o abracei aliviado. Ele tinha o mesmo cheiro de Sara, mas o seu calor era como meu. Eu sabia e não tinha mais dúvidas, ele realmente era o meu filho.

(Concluida) ICE- Loki  (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora