O homem aceitou o convite de Aldous.
O levou até sua casa. Ao abrir a porta, permitiu que ele entrasse primeiro. Desconfiado, deixou a mão sobre a arma, então entrou.
Revirou o cômodo com seus olhos de águia, a espera de alguma surpresa.
– Eu tô sozinho. - fechou a porta. Passou por ele e foi até a penúltima porta do corredor.
Ficou ali espreitando, estava preparado para qualquer coisa, até se Aldous saísse daquele quarto com uma arma ou mais outra pessoa.
– Aqui. - saiu do quarto com uma pilha de roupas e uma toalha no ombro. – Pegue. Acho que vai servir, somos quase do mesmo tamanho. - sorriu - O banheiro fica na primeira porta a direita. Não tem luz, mas tem velas. E água quente é pouca, então seja rápido.
– Valeu. - disse em um tom quase inaudível. Se dirigiu ao banheiro.
[...]
Ouviu a porta bater. O homem saiu do corredor.
Agora estava com a barba feita, parecia outra pessoa. Estava bem mais cheiroso do que antes.
– Droga, esqueci do calçado. - percebeu o tênis sujo.
– Tudo bem, eu...
– Eu tenho um no meu quarto, provavelmente vai servir. Mas bem... - olhou para o que estava fazendo - Eu preparei o jantar, tá afim?
– Com certeza.
Se reuniram na mesa da cozinha. Ficaram frente a frente na longa mesa retangular.
O homem comeu feito louco. Um mexido que o satisfez muito bem.
Aldous comia com alma, apenas observando a ferocidade do colega.
– Desculpe. - limpou a boca.
– Tranquilo. Mas então, como se chama?
– Walter - engoliu a comida.
– Prazer.
– Eu não te agradeci pelo que fez lá fora.
– Não precisa.
– Eu tenho. Obrigado. - Aldous assentiu – Então... - olhou ao redor - Tá aqui dês de quando?
– Dês do começo.
– Jura? - confirmou. – Aquela coisa dos mortos, como soube?
– Bem - engoliu o macarrão -, eles sempre ficavam na porta. Com o passar do tempo eu fui matando e deixando eles no quintal. A partir daí os outros pararam de me atormentar.
– Interessante.
– É. Mas então, Walter, como tá lá fora?
– Vazio. É até estranho ter que ouvir minha própria voz depois de meses... - encarou o horizonte - Tudo destruído. Não tem mais ninguém... Só mortos. Nunca saiu?
– Saí. Mas não tão longe.
– O machado... - limpou o prato - O que fazia?
– Eu era lenhador. Ainda sou, quer dizer. As minhas saídas sempre foram para a floresta, nada mais. Os estoques duraram muito, tive que caçar só uma vez.
– Tem experiência em caçada, lenhador?
– Um pouco do que meu pai me ensinou. Aquele veado empalhado foi meu irmão que conseguiu.
– Legal - olhou - Então, a casa não é sua?
– Não, mas estou aqui. - sorriu.
[...]
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O Outro Mundo
Научная фантастикаDepois de um vírus se alastrar pelo mundo, Aldous viveu sozinho em sua casa pelo tempo que precisasse até tudo acabar. Era algo que ele pensava ter fim. Um derivado de Era Zumbi.