T2 C5: Valor líquido

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Foi no intervalo que Aldous aproveitou para ir até os túneis para ver o companheiro de viagem.

Em uma descida para o córrego, ele avistou Walter sentado atrás das grades com um pé de cabra em mãos. Ele encarava a parede suja e escura do túnel, apenas tendo o correr da água suja pelo chão como trilha.

– Walt? - desceu no córrego, evitando pisar na água. Chegou perto das barras e colocou o braço entre os buracos, oferecendo seu cantil d'água.

– Não.

– Ok. - tomou um gole e fechou o cantil. – Tá tudo bem?

– Não. - abaixou a cabeça, negando. – Sabe onde estamos?

– Um lugar clandestino o bastante para nos manter seguros e encarcerados. Acertei?

– Aquele velho havia dito que existiam mais comunidades como aquela, do mesmo no nome e afins...

– É o que estou pensando?

– Meu filho, Al... E se ele estiver aqui?

– Estamos em uma das comunidades?

Walter pegou a placa do seu lado e mostrou a escrita. Aldous ficou quieto após ler, viajando os olhos entre ele e o metal.

– Eu e mais um cara estamos cavando para fora daqui.

– O quê?

– Tem uma saída que eles não previam.  Da numa ravina próxima a ponte, foi o que ele disse.

– Acha que podemos sair por lá?

– Eu tenho certeza. - afirmou. – Só precisaremos de mais gente.

– Vou ver o que posso fazer.

– É melhor você ir. - Walter disse – Vão dar falta. Aliás, o frio aqui embaixo é tenso.

– Vai ficar bem?

– Vou sobreviver. - se levantou – Pode me fazer um favor?

– Claro. O que quiser.

– Tente encontrá-lo. Algum vestígio ou algo parecido. Qualquer coisa que tenha sinal dele.

– Tudo bem. Vou fazer o possível. - começou a andar.

– Al. - ele olhou por cima do ombro ao ser chamado – Obrigado. - Aldous assentiu.

——

– Os miseráveis estão controlados. - Stanley disse, observando a fila para o poço da janela do escritório.

– Assim que é bom. - Marlakey tomou um gole do café. – Controlamos o rebanho e eles param de fazer bagunça. - colocou os pés sobre a mesa.

– Chefe. - Carla veio do fim do corredor. – Tem visita. - saiu da frente, revelando Aldous.

– Aldous. - Marlakey sorriu. – Veio pra escolher o lado certo? A oferta ainda está de pé.

– Na verdade só estou aqui por curiosidade.

– Estou ouvindo.

– Por acaso você... - as palavras se esvairam quando notou o enorme galão de água no final do corredor. Não apenas um, mas três. A transparência mostrava o plástico cheio do líquido.

– Aldous?

– Queria saber se já providenciaram a nossa água.

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