Naquele instante os dois viajantes se encontravam amarrados na traseira do caminhão. Estando diversas tralhas jogadas ali com eles, incluindo caixas de papelão e grandes sacos com nós.
A carga também contava com a presença de Carla, sentada em cima das caixas e com Aldous na mira do revólver. Do lado dela havia um homem de touca e de óculos escuros. Também com vestimentas para o frio.
– Podemos entrar...
– Sem acordos. - Carla interrompeu Aldous. – Precisamos de pessoas, só isso.
Walter permaneceu calado, encarando a parede.
– Vai gostar do lugar. - disse o homem para Walter, seguido de um sorriso.
– Se animem. - disse ela. – Tem do bom e do melhor para onde vamos. É bem melhor do que aqui fora.
O veículo parou de balançar, parecia ter estacionado. Escutaram uma voz do lado de fora.
– Chegamos. - disse o homem.
A traseira foi aberta, indo a luz de encontro a eles.
Desceram e foram redirecionados até o portão. Dali se viu a enorme estrutura de tijolos por trás do muro. No canto superior direito havia uma placa suja de neve. Só pôde ver a letra M, seguido de um traço.
As pessoas ao redor encaravam eles. Muitas casas em bom estado e até algumas estruturas em processo.
No fim da rua as portas da estrutura de tijolos estavam abertas. A cima havia a placa denominando o lugar: a biblioteca. Foram redirecionados para o segundo andar, logo a frente estando um corredor cheio de estantes, e no fim, uma segunda recepção.
Havia um homem sentado na recepção. Cabelos lisos e longos dominados pelos grisalho, assim como seu cavanhaque bem feito, também composto pelos castanhos nos olhos.
– Chefe - começou Carla –, conseguimos mais do que precisava. - eles pararam em frente a mesa.
– E quem seriam nossos novos amigos? - perguntou risonho.
– Esse é o Aldous. O outro da cara fechada é o Walter.
– Vamos, se anime Walt. Posso te chamar assim? - foi ignorado. – Pois bem. - levantou – Bem-vindos ao meu lar. Eu sou Marlakey. Daniel Marlakey. Mas prefiro só o sobrenome.
– Por que estamos aqui? - Aldous perguntou.
– Que bom que perguntou. Vejo que é o único que tem língua por aqui. Bem, eu preciso de pessoas. Antes que pergunte, quero que saiba que pessoas são um recurso. E um dos melhores se souber administratá-los.
– Onde quer chegar? - franziu a testa.
– Vocês irão me servir. Trabalho árduo para conseguirem se erguer na minha cidade. É assim que funciona.
– Acontece... - Walter falou – Que não queremos nos erguer. - encarou.
– Vocês precisam. O mundo foi a merda, e viver nele agora é uma escolha. Mas nossas escolhas nem sempre saem como planejado. Eu mantenho a sociedade, só que do meu jeito... Quer uma dessas casas? Trabalhe para consegui-lá. Quer água? Comida? Faça a mesma coisa.
– Como...
– Alimentem eles. Depois os coloquem para trabalhar. - anotou o nome de ambos em uma lista.
[...]
Os guardas ficavam de olho nos construtores. Al e Walt foram obrigados a ajudar na construção de uma casa. Para felicidade deles, a mesma já estava quase pronta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Outro Mundo
خيال علميDepois de um vírus se alastrar pelo mundo, Aldous viveu sozinho em sua casa pelo tempo que precisasse até tudo acabar. Era algo que ele pensava ter fim. Um derivado de Era Zumbi.