T2 C2: Império clandestino

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Naquele instante os dois viajantes se encontravam amarrados na traseira do caminhão. Estando diversas tralhas jogadas ali com eles, incluindo caixas de papelão e grandes sacos com nós.

A carga também contava com a presença de Carla, sentada em cima das caixas e com Aldous na mira do revólver. Do lado dela havia um homem de touca e de óculos escuros. Também com vestimentas para o frio.

– Podemos entrar...

– Sem acordos. - Carla interrompeu Aldous. – Precisamos de pessoas, só isso.

Walter permaneceu calado, encarando a parede.

– Vai gostar do lugar. - disse o homem para Walter, seguido de um sorriso.

– Se animem. - disse ela. – Tem do bom e do melhor para onde vamos. É bem melhor do que aqui fora.

O veículo parou de balançar, parecia ter estacionado. Escutaram uma voz do lado de fora.

– Chegamos. - disse o homem.

A traseira foi aberta, indo a luz de encontro a eles.

Desceram e foram redirecionados até o portão. Dali se viu a enorme estrutura de tijolos por trás do muro. No canto superior direito havia uma placa suja de neve. Só pôde ver a letra M, seguido de um traço.

As pessoas ao redor encaravam eles. Muitas casas em bom estado e até algumas estruturas em processo.

No fim da rua as portas da estrutura de tijolos estavam abertas. A cima havia a placa denominando o lugar: a biblioteca. Foram redirecionados para o segundo andar, logo a frente estando um corredor cheio de estantes, e no fim, uma segunda recepção.

Havia um homem sentado na recepção. Cabelos lisos e longos dominados pelos grisalho, assim como seu cavanhaque bem feito, também composto pelos castanhos nos olhos.

– Chefe - começou Carla –, conseguimos mais do que precisava. - eles pararam em frente a mesa.

– E quem seriam nossos novos amigos? - perguntou risonho.

– Esse é o Aldous. O outro da cara fechada é o Walter.

– Vamos, se anime Walt. Posso te chamar assim? - foi ignorado. – Pois bem. - levantou – Bem-vindos ao meu lar. Eu sou Marlakey. Daniel Marlakey. Mas prefiro só o sobrenome.

– Por que estamos aqui? - Aldous perguntou.

– Que bom que perguntou. Vejo que é o único que tem língua por aqui. Bem, eu preciso de pessoas. Antes que pergunte, quero que saiba que pessoas são um recurso. E um dos melhores se souber administratá-los.

– Onde quer chegar? - franziu a testa.

– Vocês irão me servir. Trabalho árduo para conseguirem se erguer na minha cidade. É assim que funciona.

– Acontece... - Walter falou – Que não queremos nos erguer. - encarou.

– Vocês precisam. O mundo foi a merda, e viver nele agora é uma escolha. Mas nossas escolhas nem sempre saem como planejado. Eu mantenho a sociedade, só que do meu jeito... Quer uma dessas casas? Trabalhe para consegui-lá. Quer água? Comida? Faça a mesma coisa.

– Como...

– Alimentem eles. Depois os coloquem para trabalhar. - anotou o nome de ambos em uma lista.

[...]

Os guardas ficavam de olho nos construtores. Al e Walt foram obrigados a ajudar na construção de uma casa. Para felicidade deles, a mesma já estava quase pronta.

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