O Outro Mundo

T3 C2: Araras

Geoffrey espiou pelos vidros da porta traseira. O jeep estava distante, mas ainda na cola deles.

– Mais rápido. - disse ele.

– Mais rápido que isso só o Vin Diesel, coroa. - Miguel retrucou.

– Que seja. - Thomas falou, colocando cartuchos em sua espingarda. – Vou dar um recado pra eles.

– Então pense antes de agir. - Aldous falou. Puxou um dos seus revólver. – Eu e Geoffrey abrimos a porta. Você atira, mas não pra matar. Precisamos deles pra saber o que houve...

O buraco de bala foi feito na porta, raspando a perna de Aldous e indo de encontro a mochila do mesmo que estava a frente.

– Hijo de puta! - Miguel esbravejou.

– Dane-se. - Thomas puxou a trava da porta, abrindo só a da esquerda.

Aldous abriu a outra e os três miraram para o jeep. Atiraram simultaneamente no capô do preto. O jeep ficou em ziguezague pela estrada. A mulher do machado deu as caras e atirou neles com uma FN SCAR, mas o trio não foi atingido devido a curva feita por Miguel.

O carpete da van saiu do lugar, deslizando para fora e levando, consequentemente, os três sobre ele. Walter e Dickens quase foram junto, mas se seguraram. O carpete agora rastejava pelo asfalto com três seres agonizando para agarrar em algo.

– Puta merda. - a mulher no jeep riu da situação.

– Aguenta, Al! - Walter estendeu a mão.

Dickens atirou na mulher com a espingarda, atingindo o antebraço da mesma. Ela voltou para dentro do jeep, agonizante.

Aldous agarrou o punho de Walter. Walter puxou ele com força.

O jeep acelerou. Thomas se virou e atirou no veículo, mas nada adiantou. Ligeiramente, Thomas se jogou em Geoffrey. Ambos rolaram para fora do carpete, ficando assim na estrada. Aldous soltou a mão de Walter e fez o mesmo.

Walter e Dickens recuaram. Dickens atirou na direção do piloto. O para-brisa quebrou. O jeep perdeu o controle e bateu bruscamente na traseira da van no exato momento que faria a curva.

A van saiu da estrada e capotou ladeira abaixo, batendo contra os troncos e parando ao se apoiar em um carvalho, ficando torto. A fumaça subiu.

No asfalto, Aldous sentia o arder em sua testa. Colocou a mão e sentiu uma pequena quantidade de sangue. Ele olhou para Thomas e Geoffrey, que se levantavam doloridos.

– Não tenho ralados assim desde os meus 15 anos. - Geoffrey comentou, vendo a ferida causada em seu antebraço.

Aldous levantou a analisou a curva a frente. Ele se dirigiu até lá mancando. Geoffrey e Thomas o seguiram.

– Walt! - chamou pelo amigo ao fazer a curva.

O jeep preto havia batido contra o morro de neve, sendo soterrado. As portas estavam abertas, exceto a do piloto que tinha um corpo com a cara no volante.

– Aldous! - Geoffrey chamou-o.

Aldous foi até ambos que estavam na beira da estrada. A van esfumaçante entrou no campo de visão.

Thomas apanhou uma pedra do chão e jogou na lataria sustentado pelo carvalho.

– Miguel? Dim? Walter?

O trio esperou por uma resposta.

Aldous olhou para a sua direita espontaneamente. Notou três figuras ao longe, pareciam apressados.