T3 C4: Acorrentados ao perigo

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WALTER

– Levanta. - Evelin disse assim que ele abriu os olhos.

– Que horas são? - levantou devagar, sonolento.

– Três horas, sei lá. Não sei ver sem o relógio. - sorriu forçada. – Toma seu café e vem me ajudar. - jogou um pacote de MRE no colo de Walter. – Tô esperando lá fora.

– MRE? - esfregou os olhos.

Após se alimentar, ele saiu. Evelin estava sentada em uma pedra tomada pela neve, afiando sua kunai.

– Preciso chegar à um lugar. - Walter disse, começando a caminhar.

– Pode chegar lá quando me ajudar.

– O quê? - parou, olhando por cima do ombro.

– A neve conseguiu derrubar minhas correntes. Isso quer dizer que os mortos se soltaram.

– Você mantém zumbis presos?

– Quando a natureza te dá algo, tem que usá-lo a seu favor. É o que eu faço. Eu não vou te obrigar a vir, mas não será fácil sair. Aviso logo.

– Certo. - respirou fundo – Onde é?

– Estamos entre ele. - levantou da pedra, guardando a kunai no bolso da blusa.

[...]

Walter logo notou a corrente presa a árvore, onde a mesma estava no chão com respingos de sangue.

Evelin foi até o tronco do lado e procurou pela outra metade.

– Tem um rastro. - ela disse. – Um deles não se livrou das correntes.

Seguiu o rastro das correntes.

Walter acompanhava a moça com cautela. A mesma agia de forma espontânea, já estara acostumada com o ambiente vazio e silencioso.

Grunhidos emergiram da floresta, cessando o caminhar deles. Evelin seguiu o som, já com um sorriso vitorioso estampado. Na curva a esquerda, a aglomeração de caminhantes era absurda entre as árvores.

Nos grandes troncos das árvores, haviam inúmeras correntes em volta delas, formando uma espécie de teia que prendia os irracionais que eram atraídos pela carne de animais penduradas.

– Não achei que fosse funcionar. - disse, impressionada.

– Jesus... - subiu na rocha, podendo contar umas três dúzias de andarilhos.

– Vamos levar esses. Depois encontramos os outros. Tire a corrente da madeira. - apontou para o tronco ao lado dele – Eu tiro o outro. A senha é 6663.

Walter discou a senha no cadeado e libertou as correntes que logo foram apanhadas por ele. Evelin fez o mesmo.

– Pode soltar! - disse ela. – Liberte a outra fileira. - falou, direcionando os quatro andarilhos pela corrente.

Walter pegou a corrente em um tronco mais acima. Rapidamente, ele sentiu a descarga elétrica correr em seus dedos, grudando em um milésimo no metal. Ele foi ao chão, logo rolando para baixo. Walter colidiu no solo úmido, caindo entre os mortos acorrentados.

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