T1 C6: Continue

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Se passaram dois dias. Não tiveram a sorte de encontrar um veículo funcionando, assim seguiram viagem a pé.

Caminharam por horas, sem contar as paradas que sempre deixavam Walter furioso.

Já estavam distantes do sul. Aldous lembrara de passar por cinco placas, a última forá da roda 33.

– Precisamos de um carro, Walt.

– Não me diga. - tomou um gole d'água.

– Já passou das seis. - checou o relógio. – Devemos parar.

– Fique a vontade. - continuou.

– Eu fui bonzinho com você nesses dois últimos dias, Walt. A gente não parou. Mas minhas pernas tão pedindo arrego. - sentou no pneu jogado na estrada. Junto, haviam caixas de madeira. – Sei que as suas também.

Walter parou.

– Ainda tem aquele Halls?

– Tenho. - sorriu.

[...]

Fizeram uma fogueira perto de um depósito. Do lado havia um enorme galpão.

– Já chequei a área. - Aldous disse. – O galpão tá cheio de bichos, mas o portão tá acorrentado. Nada perigoso. E você? - Walter estava deitado ao lado do fogo – Walter? - ouviu seu ronco. Sorriu.

Escutou um grunhido a sua esquerda. O morto-vivo saiu de trás do galpão.

Foi até o zumbi. Puxou a faca, mas parou quando o morto foi ao chão com um disparo.

Se virou, vendo um homem em cima do telhado com o rifle em mãos.

– Solta a faca. - disse a voz máscula.  Sentiu o cano da arma encostar em sua nuca.

– Tá legal. - soltou.

– Vai. - empurrou ele.

Aldous olhou por cima do ombro, vendo um homem de regada, braços tatuados, um boné virado para trás e com calças rasgadas.

– O que querem?

– Só colabora. - mais um homem saiu de trás do galpão. O mesmo foi até Walter.

– Levanta. - disse o homem de baixa estatura, pardo e com um óculos sem perna. Vestido com a camisa do Iron Maiden, calça de moletom e dois sapatos desiguais.

Walter continuava dormindo.

– Acorda! - chutou ele. Walt acordou na mesma hora. – De joelhos.

Walt obedeceu. O outro fez o mesmo com Aldous.

– Levem o que quiserem.

– Nada disso. - Walter negou.

– Fica quieto, de repente a gente sai dessa. - cochichou.

– Quietos. - disse o baixinho. – Revista a bolsa deles, Douglas.

O homem de boné obedeceu.

– Cacete. - viu as armas. – Parece que temos policiais aqui.

– Aí! Marco! - o baixinho gritou para o homem no telhado. – Tem dois tiras aqui!

– Na verdade cê tá enganado... - Aldous foi interrompido.

– Dane-se. Vamos levar tudo. - se curvou para pegar a mochila de Walter. O mesmo puxou seu braço e o imobilizou.

Douglas reagiu na hora. O tiro que deu acertou o chão ao lado de Walter, pois Aldous interviu, batendo no braço dele.

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