Aldous e Giselle usufruíram do rádio a longa distância para contatar Walter, ainda sumido. Aldous agora estava na tentativa, com os pés sobre o balcão da biblioteca e rodando o chapéu de caubói em mãos.
– Walter, tá me ouvindo? - pergunta, já impaciente pela nona tentativa.
– Ele vai contatar. - ela afirma, fixada no piso e roendo a unha.
– Eu sei que vai. A questão é quando. - deixou o chapéu no balcão e batuca os dedos na madeira.
WALTER– Walter, tá na escuta? Câmbio.
Parou na beira do precipício. Brilhou os olhos pela paisagem que vira. A ofegância tomava conta pela longa caminhada, mas que no fim valeu a pena. Puxou o rádio.
– Consegui. Eu encontrei. Preciso desligar. - solta o botão.
A paisagem do qual olhava eram dois navios cargueiros encalhados na areia, entre eles havia a passagem de piso de madeira. Mais ao fundo havia outro navio, este derrubado e quase enterrado pelo areia e neve, e os contêineres espalhados na mesma situação. Viasse pequenos pontos andando nos navios e a vinda e saída de carros.
O homem pois se a descer o precipício por trás, esgueirando-se nos arbustos pontudos a estrada dos quais saíam os carros vindos do navio. Walter avistou um caminhão ser descarregado na entrada do lugar, ele saiu dos arbustos e correu para a fileira de descarregamento.
Um homem jogara uma caixa de tomates à Walter, o mesmo parou e analisou o indivíduo, com o cenho franzido.
– Te conheço?
– Não, muito menos eu. Deve ser porquê cheguei ontem. - inventa.
Sem muita opção, o homem permite que Walter leve a caixa.
– Pode me dizer pra onde levar? Só me mandaram fazer isso.
– Pro navio T. - aponta para o gigante ao lado com a letra desgastada na bochecha.
Walter segue ao navio com certo receio, sempre encarando de canto os que passavam, passou pela ponte para adentrar o porão. Ficou boquiaberto quando deu seu primeiro passo lá dentro. O interior tinha luminosidade amarelada das lamparinas, cortinas que separavam quartos, barris amontoados ao fundo, um espaço no centro do qual dava para a escada e uma mesa sob a mesma onde eram depositadas as caixas.
Depositou os tomates na mesa e percorreu o olhar surpreso por todo o lugar. Um navio, coisa que nunca achara que veria novamente, cheio de pessoas era uma grande surpresa, mas também um mau sinal. Aproveitou e pegou uma garrafa de vinho lacrada de uma das caixas.
Deixou o porão e subiu para o convés composto por contêineres usados como quartos, outros como estoque e várias diversidades. Ergueu o olhar para a meia-nau. Do jeito mais clichê, era ali que o líder possivelmente se habitava pela boa vista de ambos os lados. Walter passou pelos outros como se não quisesse nada, subiu e entrou no corredor limpo e cheio de portas.
Um homem loiro surgiu da ultima porta. Era Derick, o mesmo homem que vira antes na comunidade devastada. Quando Derick chegou próximo, trocaram olhares.
– Vai me deixar passar ou o quê?
– Desculpa. - libera caminho.
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O Outro Mundo
Science FictionDepois de um vírus se alastrar pelo mundo, Aldous viveu sozinho em sua casa pelo tempo que precisasse até tudo acabar. Era algo que ele pensava ter fim. Um derivado de Era Zumbi.