Walter ficou a noite toda à espera do sinal voltar.
Amanheceu e Aldous saiu do escritório. Se espreguiçou e bocejou. Estranhou ao ver o amigo em cima do balcão com o braço erguido.
– Por que não me acordou pro meu turno?
– Este rádio transmitiu sinal durante a noite. - continuou tentando.
– É? E o que exatamente ele transmitiu?
– Uma voz. Não sei se era gravada, mas eu ouvi. Falou sobre um lugar, um lugar seguro. Depois da milha 13.
– Espera, o quê?
– Temos que ir pra lá. - desceu.
– Walt, deixa eu ver se entendi. Quer ir pra tão longe assim, para um lugar que nem ao menos você sabe se existe?
– Eu sei que existe. Eu ouvi, Al. Comunidade Compartilhada do Estado, número 66. Exatamente assim.
– Então... Você acha que seu filho vai estar lá?
– Por que não? Se eu pude ouvir, ele também pôde. E caso ele não esteja lá, podemos ficar até que ele chegue até nós.
– Tá certo. Mas, vamos precisar de um carro.
– É pra já. - foi se dirigindo aos fundos.
– Ei. Espera, ainda não tomei meu café.
[...]
Conseguiram pegar uma viatura no estacionamento. Tiveram sorte das chaves ainda estarem no claviculário da delegacia.
Walter assumiu o piloto, sendo ele o único que sabia o caminho para a comunidade que Aldous ainda não tinha certeza de existir.
Passaram por uma área de construção abandonada, depois por uma placa de redução.
– Não, por favor não. - Walter negou.
– Mas que droga.
A ponte para a continuidade de sua viagem estava destruída. Os ferros ainda se sustentavam entre uma parte e outra.
O rio corria fortemente abaixo dos destroços.
– Tá, vamos dar a meia volta e passar pela floresta mesmo.
– Nem pensar. - Walter disse na hora. - Vamos perder mais tempo. E nem temos tanta gasolina no tanque. Vamos desperdiçar um dia.
– Walt, a comunidade não vai sair do lugar.
– Não quero perder tempo.
– Acredita mesmo que seu filho esteja lá, não é?
– Acredito.
– Bem, se ele estiver, vai querer o pai inteiro. Por isso eu sugiro a gente perder um dia, do que a vida.
– Vai em frente, porque eu vou passar esta ponte.
– Nunca acreditei que os mortos voltariam a vida. Mas se você está propondo passar esta ponte flutuando o carro no estilo Harry Potter, eu adoraria ver.
– Aquela área de construção lá atrás, podemos pegar um pedaço de madeira ou algo do tipo e usar como ponte. Aí nós passamos.
– Sei não...
– Tanto faz. - deu marcha ré.
– Walt!
– Se quiser sair, vai em frente! - Aldous ficou quieto.
– Tudo bem... A gente pode tentar.
[...]
Pegaram dois enormes pedaços de madeira, um parecia ter dois metros de alturaa e o outro o tanto menos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Outro Mundo
Ciencia FicciónDepois de um vírus se alastrar pelo mundo, Aldous viveu sozinho em sua casa pelo tempo que precisasse até tudo acabar. Era algo que ele pensava ter fim. Um derivado de Era Zumbi.