Quando acordei estava em uma praia, minha cabeça doía porém não estava expelindo água, pelo visto Crail me tirou da água antes que me afogasse.
Quando me sentei reparei que Crail estava caído no chão ao meu lado, e seu corpo estava todo cinza, como antes, ele estava morrendo.
Me apressei em direção a ele, mesmo cambaleando, eu tinha que levá-lo ate a água. Mal comecei a tentar e vi que era impossível, ele parecia pesar uma tonelada.
Tentei de todas as formas, puxar, empurrar ele, até mesmo rolar, mais ele não se movia, então deitei junto a ele juntei nossas mãos e comecei a chamar por ele em minha mente.
_Ei, por favor não morra ainda, preciso que você me ajude Crail não consigo te levar para água sozinha, se você ainda esta ai, por favor me ajude.
Nada aconteceu de imediato, mas pouco a pouco fui sentindo tremores em minhas mãos, tentei novamente rola-lo até a água e dessa vez consegui, ele estava me ajudando, quando chegou até a água mergulhou e ficou lá deitado.
A cada passo a dor em minha perna aumentava.Com a missão de levá-lo até a água cumprida resolvi me localizar, notei que estava em uma pequena Ilha, porém não avistei nenhuma terra no horizonte. Me sentei em uma rocha alta e observei meu amigo deitado no fundo da encosta, se recuperando.
A água ao redor da ilha era cristalina, me permitindo velo perfeitamente lá em baixo, ele passou o dia todo lá, e eu acabei voltando para a praia, agradecida por ter sido escoteira na infância e por saber acender uma fogueira, haviam cocos na ilha pelo menos até onde me arrisquei a entrar nela, e varias plantas secas e galhos que pude usar para acender o fogo, e com duas pedrinhas minha fogueira estava pronta, me sentei de frente ao fogo, mais nunca tirando os olhos de onde Crail estava.
Já era bem tarde da noite quando ele apareceu na praia, fui até a encosta com certa dificuldade e me sentei com as pernas dentro d'água, toquei suas mãos e de principio não dissemos nada, só ficamos encarando nossas mãos juntas.
Haviamos escapado por pouco, e ambos estavamos feridos._Você está bem?
**Sim, agora estou bem**
_Eu sinto tanto Crail, tanto, isso é tudo culpa minha, sua família, eles estão bem?
Algo que passei a gostar nele era sua constante alegria, sua agitação, mas hoje ele estava quieto, triste, eu também estava.
**Não sei Ann, quando você caiu, eu caí também, achei que não conseguia nadar de novo como daquela vez que você não respirou na água. Eles tinha lancha enormes, são lanchas não Ann?**
_Sim Crail eram lanchas, e navios, barcos todos eles, todos os malditos tipos de barcos estavam lá.
Joguei as mãos para o ar e logo em seguida cobri meu rosto envergonhada.
_Ó meu Deus é tudo culpa minha, e se estiverem todos presos? Ou mortos, os seus pais, meus pais, o que vamos fazer?
** Primeiro vou cuidar de você, um dos meus irmãos a feriu é eu não consigo curar como antes, estou fraco, vou buscar remédio, depois vamos ajudar a todos, Crail conseguiu nadar para bem longe, achei esse lugar, trouxe você, mais quando fui voltar para água não pude, não consegui, fui longe demais do mar, não consegui voltar.
Ele parecia envergonhado, como se houvesse falhado. Como nossas mãos já estavam unidas apenas as juntei e apertei para tentar confortá-lo.
_Eu sinto muito Crail.
De repente quando repassei suas palavras na minha mente perguntei.
_ Você disse que vamos busca-los? Como faremos isso?

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Mermaids
FantasiA cada onda uma duvida. Conhecemos de verdade o que a escondido no mar?