CONTRATO

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💄▪ Enna Wadson

Sigo para o bar. Cabeça erguida, cara de paisagem. Como na edição de luxo da Power Woman, no manual completo de como lidar depois de dar um singelo fora em alguém.

A questão era: eu não havia dado fora nenhum. Na verdade, o único fora que havia dado foi ter sido orgulhosa demais e ter ido até aquele palco.

Eu estava quente, pela bebida, pelas insinuações, meu corpo ansiava por saber não só se Tom faria o que possivelmente queria, como também o que nós faríamos se estivéssemos à sós.

Eu sentia o tesão vir dele, ele nem se dava ao luxo de esconder, e isso apenas dificultou. Mas no fim consegui, o provoquei e o dispensei.

Nem havia lógica ou motivo para fazer aquilo. O nome disso é exibição.
Mas agora, bebendo uma última dose, meu corpo – principalmente meu clitóris – já estava se arrependendo de não ter transado com ele.

De repente o sangue da minha buceta volta a circular, e quase que num êxtase – divino, lógico... – minha mente se clareia.

Tom era a minha solução. Ele era um prostituto, eu poderia simplesmente o pagar para passar o verão comigo.

OK, isso poderia dar errado, mas ninguém conhecia Tom na minha família, e ele não negaria dinheiro... Ou negaria?

Não...
Eu só precisava o encontrar.

Novamente o orgulho.
Não tinha nenhum manual publicado pela PW que ensinasse como contratar um garoto de programa – e que garoto, meu Senhor – ainda com a porra da vagina piscando por ele.

Era ir, ou me foder no fim de semana adiante.
Ir era o que me restava.

Eu sigo ele até o segundo andar da casa, segundo o que a Bar Girl, que por sinal se chama Letícia, disse para fazer pois ele estaria lá.

Tinha um corredor meio que extenso ali, e um cheiro forte de sexo e vinho.
Vou andando até o quarto que ela havia falado e bato de leve na porta, que se abre sozinha.
Eu iria entrar, mas ao ouvir a voz de Tom falando com alguém fico apenas ouvindo.

Sim, se chama fuxicar
Mas era justo, ele me atropelou – ótima desculpa, vou usar para tudo!

— E quanto você acha que a mamãe pode precisar agora maninha? – A voz dele sai baixa, entretanto clara.

— Puta merda? Três mil reais? –  Sua voz aumentou um pouco, para logo se acalmar. — Não, não é muito, eu apenas esperava que fosse mais. Eu... Assim que puder deposito o dinheiro, OK? – Sua voz acaba se tornando fraca, mas consigo assimilar que ele está mentindo. Desde quanto alguém na profissão dele teria três mil reais tão de bandeija?  Nada contra, mas é raro.

Do nada ele abre a porta e dá de cara comigo, um sorriso sacana se desenha no seu rosto, à medida que ele apenas fala no celular.
— Mah, depois falo contigo tá? Boa noite.... – Ele desliga, fica me olhando e eu muito estilo "abobada" fico o olhando.

REAGE PORRA.

— Olha, eu sei que sou irresistível, mas se quer transar comigo, só entrar... Não precisa me seguir para tudo quanto é lugar. – Ele sorri, idiota.

Perdendo A Linha Onde histórias criam vida. Descubra agora