TUTORIAL DE COMO NÃO RESISTIR

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Hai pôneis, reproduzam a mídia diversas vezes quando quiserem porque Ain't My Fault, da Zara, é algo quente demais para ouvir apenas uma vez.

Boa leitura

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🔥 ▪ Tom Marcory

— Hey, estão abertos à muito tempo? – Pergunto para a bar girl, Letícia, aproveito e peço uma cerveja, que ela rapidamente serve.

— Sim, hoje a casa vai fechar mais cedo, o patrão amanhã vai sair à noite. – Ela explica dando de ombros, saio dali, indo até o quarto de cima, onde eu poderia me trocar facilmente.

Acho que não expliquei, mas sou garoto de programa. Há cinco anos quase, e não vou mentir, no começo era uma vidinha bem humilhante por diverso fatores... Mas em cinco anos a gente se acostuma, ainda mais com o motivo a qual entrei nesse "mundo".

Tomo um banho rápido, me troco, uma camiseta social fina, uma calça comum, de seda rasgável e uma cueca box preta. Por fim, passo um dos perfumes que ganhei de algumas clientes. Mimos extras, chamo assim.

Meu celular toca, imagino ser a tal Enna, mas não é.

— Mariah? Tudo bem? Como você está? – Pergunto, minha irmã mais nova do outro lado da linha. Bem mais nova. Meu xodó, para ser mais exato.

Me tranco no banheiro, para abafar o barulho da balada logo abaixo.

— Maninho!! Tudo sim, e ai? Eu tô bem, mas preciso ser rápida, liguei para avisar que a mamãe piorou há alguns dias, e o tratamento subiu de valor. – Ela fala triste e eu mordo o lábio inferior.

— Sério? Me ligue mais tarde e me fale o valor, mas não se preocupe, certo? E a escola, como está? – Mudo de assunto, Mariah tinha treze anos, não precisava de preocupações maiores das que tinha.

— Estou bem, entrou outra professora, ela é divertida até. Ah, falando em divertido, estou com um Namorado!  

— É o que? – Fico boquiaberto.

— Ele é legal, muito bonitinnho também e… – Ela começa a explicar, mas não era aquilo que me interessava.

— Ele já te comeu?

— Como?

— Comer Mah, tipo, ele enfiou em ti? Não se faz de sonsa. – Ela começa a gargalhar do outro lado da linha.

— Mariah escuta aqui, se for dar para esse guri usa camisinha, não seja trouxa e... Mariah? – Escuto um som agudo no celular e vejo que a ligação caiu.

Bom, pelo menos eu fiz minha pequena sorrir um pouco. Saio do banheiro, aquela ligação era apenas um estopim a mais para que eu fizesse meu trabalho.

Logo fui para meu posto de trabalho, peço ao garçom da ala leste, no fundo, a bebida mais forte. Eu precisaria relaxar, não conseguiria transmitir prazer caso estivesse muito preocupado.

Ele me serve, a bebida escorre quente e cortante pela minha garganta, logo abrindo espaço para um calor inevitável.

Bom, vamos lá.
Vou para meu posto, e como Juliano avisara já estava com clientes à minha espera.
A primeira é um time de mulheres, talvez uma despedida de solteira.

Começo a me insinuar para a mesma, a pondo sentada. Eu percebia que ela olhava-me indevidamente durante cada peça de roupa jogada ao ar, mas por algum motivo eu não me sentia confortável, excitado. Na verdade eu estava excitado, um pouco entretanto, talvez fosse o modo "seco" ou tímido que a cliente agia comigo, ou as preocupações alheias.
Simplesmente não conseguia me entrosar.

Perdendo A Linha Onde histórias criam vida. Descubra agora