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🔥 ▪ Tom Marcory ▪
— Certo, eu atropelei uma mulher, e posso ser preso. Certo? Meu Deus, estou completamente fodido. – Penso comigo mesmo, balançando os pés, sentado e refletindo o quão ferrado eu poderia estar.
— Sr. Marcory? – A enfermeira entra no quarto, e eu me levanto da cadeira.
— Sim? – A olho apreensivo. — Ela está bem?
— Está sim, foram poucos arranhões. Já até levou alta! E também conseguimos listá-la. – A enfermeira sorri, empolgada, enquanto eu quero fugir.
Como assim identificaram? Nem tinham perguntado se havia algum documento com ela e já sabiam quem era.
Meu Senhor, aquela mulher tinha status. E eu a atropelei. Estava fodido e no péssimo sentido.— É? Que legal, coisa boa... – Minto. — E quem é ela? – Coloco a mão no rosto, sorrindo um pouco para afastar a vontade e chorar que me atingia.
— Enna Wadson, editora chefe da revista Power Woman, conhece?
Eu vou desmaiar.
A enfermeira sorri, totalmente descontraída, feliz talvez por cuidar de uma das ícones do universo feminino.Mas eu estava apavorado.
Não é por nada, mas se Enna decidisse me processar eu não poderia lidar. Minha condição financeira é um pouco mais desvalorizada do que a dela, assim digamos.— Sim, já ouvi falar. – Respondo, em seguida a mulher sai do quarto após repassar algumas informações do tipo "ela está bem, já teve alta e será liberada assim que despertar" e eu me jogo novamente na cadeira do visitante.
Busco meu celular no bolso, e abro um chat para Gregory, meu amigo, que graças aos céus estava on-line.
Eu📱 – O nome dela é Enna Wadson. Acho que é uma tal dona de revista, ou algo assim.
Greg, A Bicha Má📱 – Para tudo!
Você foi justamente atropelar Enna Wadson? SAI DAÍ AGORA TOM!
Eu📱 – Puta merda... Ela é tão influente assim?
Ele não responde, e eu vejo num sofá mais afastado a bolsa que estava na caixa que a tal Enna carregava consigo.
Ela não se importaria se eu desse uma breve espiada, tenho certeza, afinal, se ignorarmos que eu a atropelei, eu salvei ela!
Desligo a tela do celular e vou até lá, abrindo com cuidado a bolsa de couro marrom. Óculos, dinheiro, carteira, batom... Opto pela carteira, tinha uma foto de documento nela, e leio os dados.
Enna Wadson Ciprio, 28 anos, tipo sanguíneo O-... É, nada relevante. Tinha mais uma folha solta, por trás de tudo, puxo ela para frente.
Turma de 1991.
Logo acima da inscrição tinha um foto bem familiar à mim. Vários jovens, sorridentes, menos uma. E eu conhecia essa uma.Não conhecer, mas já havia feito bullying com ela na época do colegial. E por algum motivo ela estava com uma bola riscada por marca texto e uma seta apontando para cima.
Pela lógica, acabo virando o papel.
"Para que eu nunca volte a me tornar o que era, e siga sempre com o que sou"
Estranho…
— Procurando por algo? – Uma voz suave e de tom firme soa e eu levanto as mãos, deixando meu celular e os papéis caírem.
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Perdendo A Linha
RomansaEnna Wadson é ou melhor, era a diretora chefe de uma renomada revista feminina, a Power Woman... Entretanto, um belo -e com belo diz-se péssimo - dia, Enna recebe o desprazer de ser demitida. A mulher, que há poucos havia saído de um relacionament...