IV

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Minha cabeça doía. Depois de passar a madrugada inteira chorando.
Hoje seria o enterro dos meus pais, estavam todos indo para um campo, onde enterrariam eles.

Anna estava mais afastada, eu andava longe de todos.
Quando chegamos, tinham duas grandes rochas com seus nomes entalhados.

Os caixões foram colocados lá dentro, e algumas pessoas falaram.
Anna não conseguiu falar, começou a chorar e fui em seu lugar.

- H-hoje estamos a-aqui reunidos...

Começara a falar, mas minha voz vacilou no meio.
Algumas lágrimas escorreram enquanto falava.

...

Depois, quando voltamos ao castelo, corri para o meu quarto, e me tranquei no mesmo.
Escorreguei pela porta, e fiquei sentada, tampando minha boca com as mãos para não chorar alto.

Então alguém bateu na porta.

- Elsa?

Seguro um soluço na garganta.

- Por favor me escuta... Todos perguntam sem parar. Me encorajam para te dizer, mas espero por você, me deixe entrar.

- Só temos uma a outra, o que vamos fazer? Temos que decidir.

A escuto escorregar pela porta.

- Você quer brincar na neve?

Deixo uma lágrima escorrer.
Encosto minha cabeça na porta, a escutando se levantar. Ouço seus passos pelo corredor, e volto a olhar para a janela.

- Elsa! Abra a janela!

Jack grita batendo na mesma.

- Vá embora, Jack.

Falo secando algumas lágrimas.

Na época, já tinha nove anos.

- Elsa, não fique brava.

Ando até a janela, e o encaro.

- Não estou brava, estou magoada.

Falo fechando a cortina.

Sento-me na cama, olhando para a parede azul.

Então a porta se abre.

- Elsa? Está tudo bem?

Minha mãe, a rainha, entra no quarto.

- Mãe?

Pergunto secando algumas lágrimas.

- Esta tudo bem, querida?

Ela senta ao meu lado, acariciando meu cabelo.

- O que aconteceu querida?

- A-acho que perdi um amigo.

- Um amigo?

Ela pergunta confusa.

- Jack Frost.

Falo e ela sorri, provavelmente pensava que era um amigo imaginário.

- Olhe, não importa o que ele fez, o desculpe. Provavelmente... Jack... esta magoado e arrependido também.

- Mas ele disse coisas que não gostei.

- Algumas vezes não vamos gostar, mas temos de perdoar, Elsa.

A abraço.

- Obrigada mãe.

Ela levanta, saindo do quarto com um aceno.

Troco de roupa, tirando a camisola, e minhas sapatilhas.
Pego um agasalho e corro pelos corredores do castelo.

Assim que chego no jardim, vou correndo até o banco, de baixo da árvore em que nós sempre nos encontrávamos.

- Jack.

O chamo, mas não recebo resposta.

- Jack!

Então um papel cai da árvore, era um bilhete.

- Ah não... Jack!

Grito o mais alto que posso.

Pego o papel, e o abro.

"Princesa, sinto muito pelo que disse. Nunca deveria ter falado algo de seus pais.
Preciso ir a um lugar. Não ache que é por sua culpa, só... Só tenho que ver uma coisa.
Sinto muito, deveria avisa-la antes, mas não tive coragem de dizer pessoalmente que iria ir embora.
Eu sinto por não estar ao seu lado, pois amo muito sua companhia.

            ~Seu melhor amigo, Jack Frost".

Deixo uma lágrima escorrer.
Volto a olhar para o castelo.

Uma sombra humana reluzia a luz da lua.

- EU TE ODEIO!

Grito para a sombra, que voa com o vento.

The Secret of my History - JelsaOnde histórias criam vida. Descubra agora