•Capítulo 10•

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7 dias para, provavelmente, acabarem as repetições

Merda! Porquê de novo? Ok, as minhas possibilidades estão a esgotar-se! Eu literalmente fiz tudo o que a Adora me disse. Fui ter com ela, fiquei com ela, adormeci com ela... TUDO COM ELA! Então porque diabos AINDA ESTOU NO DIA 12!?

Para quem nunca viveu uma coisa destas, chega a um ponto em que a saturação de viver a mesma coisa que só me apetece morrer! Eu nunca pensei em suicídio, pra falar a verdade, a minha vida pode não ser a melhor, mas eu fico contente com as pequenas coisas, então não tenho coragem de abandonar a minha vida.

Arrumo as minhas coisas para a escola. Antes de sair leio o último papel que recebi... Atitude... Que atitude é que eu não tive? Atitude tive quando rejeitei o meu Squad e fui ter com a Adora! Desculpem, mas isso é atitude!

Estou realmente frustrada hoje. Estou farta de viver este dia! Farta, farta, FARTA!

Ando pelas ruas de Los Angeles até chegar ao meu destino. Escola.

Aulas, e mais aulas, sempre as mesmas aulas. Desculpem o meu humor, hoje estou mesmo uma péssima pessoa.

-Catra, está tudo bem? Pareces mais de mau humor do que o habitual.- pergunta-me enquanto estava a ir arrumar os meus livros para sair daquele inferno de uma vez por todas.

-Tecna, só não me faças perguntas. Acho que é melhor nem tocar no assunto.

-Tens a certeza?

-Absoluta.

-Que tal uma festa hoje? Já ouviste falar na abertura do...

-Novo bar á beira do rio? Sim, vi por aí uns anúncios.- disse sem ânimo nenhum na voz.

-Então vamos? O Bow estava a pensar irmos todas com ele.

-Nah, desta vez passo. Não estou muito afim.

-Nossa, tu estás doente?- diz ela me pondo a mão na testa.- não é febre, mas parece grave.

-Para com isso, Entrapta! Vou embora. Não vou às aulas da tarde. Se perguntarem por mim, estou em casa doente.- fingi uma tosse, dei-lhe um abraço e fui embora.

A meio do caminho lembrei-me do site onde estive. Se estiver lá escrito algum número de celular, pode ser que me ajude a resolver isto o mais rápido possível.

Ao chegar a casa, pousei a mochila num canto qualquer e fui logo procurar informações.

Num dos comentários ao artigo ele tinha dado o seu número. Ótimo é isto mesmo que eu precisava. Fácil e rápida informação. Assim é que eu gosto!

Liguei para o numero, mas desligaram-me na cara. Decidi mandar mensagem, e aí já responderam.

Chat on:

Eu: Boa tarde, o meu nome é Catra, vivo em Los Angeles e queria perguntar se o que escreveu no seu artigo era tudo verdade

Xxx: Boa tarde, o meu nome é James, e sim, é tudo verdade.

James: mas se é para dizer que aquilo que escrevi é tudo ficção da minha cabeça, podes já deixar de mandar mensagens.

James: estou farto de receber coisas assim.

Eu: James, eu estou a viver a mesma coisa. E de certeza que eu tenho muita coisa a aprender.

Eu: Há alguma hipótese de nos encontrarmos?

James: Como é que eu sei que isso não é tudo mentira?

Eu: eu não sei como lhe provar, preciso que acredite em mim

Eu: estou realmente desesperada.

Eu: Estou a viver o dia 12 á quase 6 dias, e não consigo arranjar soluções para parar.

James: Recebeste algum papel, ou carta, ou alguma coisa com pistas?

James: Se sim, trás contigo. Encontramo-nos na lanchonete da rua x.

Catra: Agora?

James: Se poder ser, claro. Estou livre neste momento.

Eu: para mim é perfeito, obrigada!

Eu: Vou sair agora de casa.

Chat off

Pego nos meus papéis, e alguns dos meus apontamentos que fiz. Meto tudo num envelope e saio de casa rumo á morada que ele me deu. Posso estar a correr um risco e vir a ser sequestrada? Sim. Mas amanhã vou acordar no mesmo dia, no meu quarto e vou, por isso não tenho nada a perder.

Chego lá e sento-me numa mesa junto á janela mais no fundo. Era a única pessoa lá, então vai ser fácil ele me reconhecer.

Minutos depois de eu ter feito o meu pedido, um menino mais ou menos da minha idade entra. Dirige-se a mim e pergunta-me se eu sou a Catra. Respondi que sim olhando-o de cima a baixo. Se eu não gostasse de meninas, ainda dava umas voltinhas com ele.

-Espera, eu conheço-te de algum lado.- diz ele.

-É provável, eu vou a muitas festas e tals.

-Não sei, mas vamos lá. Conta-me tudo!

Contei-lhe a história toda detalhada. Contei-lhe também sobre a minha orientação sexual para ele perceber melhor a história. O bom de tudo, é que ele de forma alguma me olhou de lado. Até pelo contrário, ele apoiou-me por estar a passar por isto tudo sozinha.

Em meio de lágrimas e tudo mais decidimos concentrar-nos no que realmente viemos aqui fazer.

Ele lia com atenção os papéis e tentava relacionar a história.

-Catra, como vês, faltam aqui duas metades. Ou uma, não sei. Mas ainda te faltam 6 dias. Faz assim, amanhã vais tirar o dia para ti. Aproveitar tudo ao máximo! Ter experiências novas. Foi o que eu fiz.

-O que é que isso vai fazer de bom?

-Vai trazer-te a vontade de viveres outra vez o mesmo dia e não ficares tão em baixo como estás agora.- ele pegou na minha mão.- não é todos os dias que temos a oportunidade de corrigir algo que fizemos mal. E tu ainda tens de perceber o que realmente fizeste mal.

-Posso contactar-te quando precisar.

-Lembra-te Catra, no teu suposto amanhã eu não me vou lembrar disto. Por isso, estás por tua conta, como eu estive, e como a pessoa que me ajudou esteve. Segue os meus concelhos, e vais ver que te vais sentir melhor.

Limpei as lágrimas que ainda forçavam a cair e levantei-me, abracei o James fortemente, e saí da lanchonete.

Fui para casa, ainda a pensar em tudo o que ele me disse.

Continua?

The next (same) day • 𝙘𝙖𝙩𝙧𝙖𝙙𝙤𝙧𝙖Onde histórias criam vida. Descubra agora