VI.

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Toco a campainha do apartamento do Aley e espero pacientemente ele abrir, o que não demora, mas quem está do outro lado da porta é a Zara, namorada do meu irmão.

— Oi, Eva! — Fala animada e me abraça, eu permaneço reta sem me dar ao trabalho de todo fingimento.

— Oi, Zara, cadê meu irmão? — Pergunto a afastando e entrando.

— Ele acabou de sair pra te buscar — avisa fechando a porta e me encarando.

— Merda — resmungo já pegando meu celular e o ligando. — Eu ainda mandei uma mensagem avisando que viria direto pra cá.

— Ele provavelmente não viu.

Levanto minhas sobrancelhas a encarando. 

Ela sorri e da de ombros.

— Quer um suco? Vou pegar.

Não respondo e mesmo assim ela vai pra cozinha, eu reviro os olhos sozinha.

A verdade é que eu não gosto dessa mulher, acho ela uma tremenda falsa. Só engana pela aparência, afinal, ela é muito bonita. Cabelo castanho claro, mas com inúmeras mechas loiras, é alta e magra, anda sempre elegante e é sempre formal demais.

Vejo meu celular recebendo uma chamada do Aley e atendo:

Cadê você, Evie?

— Você não leu a mensagem, piolho? Falei que viria pra sua casa.

Que mensagem? Merda, eu não tinha visto. Enfim, já estou voltando.

— Anda logo — resmungo.

Calma, pirralha.

Sorrio e desligo.

— Ele já está vindo? — Zara pergunta me entregando um copo, eu aceito e o deixo em cima da mesinha de centro.

— Já sim — a encaro, ela assente sorrindo e bebericando o copo que segura, olha onde coloquei o meu e me encara.

— Não vai beber?

— Quando eu tiver sede — dou um sorriso falso, ela assente e coloca um porta copo em baixo.

Não falamos nada até o meu irmão chegar, eu o abraço e percebo a carranca da Zara, por isso faço questão de abraçar meu irmão por mais tempo e dar um beijo na sua bochecha, ele sorri e beija minha testa.

— Está tão afetuosa hoje, será que quer algo? — Ele pergunta sorrindo e eu reviro os olhos batendo na sua cabeça.

— Sou sua irmã, só estou demonstrando meu amor. — Mostro a língua, ele bagunça meu cabelo.

Zara se levanta pegando uma bolsa e sorri parando na nossa frente.

— Bom, eu preciso ir. Foi ótimo revê-la, Eva — ela me abraça e eu reviro os olhos encarando o Aley que sorri. — Tchau, amor — da um selinho nele.

— Qualquer coisa me liga — Aley diz e ela assente saindo.

— Eca — limpo a bochecha que ela beijou.

— Para de ser tão má com minha namorada, Evie — se joga no sofá e me puxa para o seu lado, ele beija minha cabeça ligando a TV.

— Ela não me engana — resmungo.

— Como foi no Texas? — Bufo.

— Um inferno, aquele lugar é lindo, mas do que tem de lindo, tem de quente. Provavelmente perdi uns cinco quilos só nos dias que fiquei lá, e isso porque eu nem fazia nada — o encaro e ele ri balançando a cabeça.

Indomável - Eva [2°história]. Onde histórias criam vida. Descubra agora