II.

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— Você está bem? — Chris pergunta abaixando a cabeça e me encarando, eu sorrio o olhando e assinto. — Tem certeza? — Agora ele senta na minha frente.

— Tenho sim, está tudo bem — garanto. Chris revira os olhos verdes.

— Então por que essa sua carinha diz outra coisa? — Coloca as mãos em meus joelhos que eu estou abraçando com a cabeça em cima.

— Ela não diz nada, para de ser chato — resmungo.

— Só se você parar de ficar triste — insiste me fazendo sorrir.

— Você é muito insistente — reviro os olhos me levantando. — Afinal, onde está a Kyara? — Pergunto me referindo a garota que divide a casa com ele.

Chris da de ombros.

— Saiu com o namorado, eu acho — ele se deita no sofá. Balanço a cabeça e me jogo ao seu lado o obrigando a abrir espaço com uma careta. Deito a cabeça sobre seu ombro e coloco a mão em seu peito embolando parte da camiseta.

— Eu transei com o Ruy — sussurro, Chris engasga se levantando bruscamente e me encara.

— Quê?! — Pergunta de olhos arregalados, pisco rapidamente.

— Eu transei com o Ruy — repito.

— Eva... Caralho! Quando foi isso? O que aconteceu? Achei que vocês se odiassem.

— Foi ontem, e eu realmente o odeio, mas... Sei lá, aconteceu. Estávamos bêbados, então... Rolou — dou de ombros.

— Mas Evie... Ele tem tipo minha idade, cara! Você só tem 15.

Reviro os olhos enfiando minha cara na almofada.

— Eu sei — respondo abafado.

— Ele é maluco?

— Já disse, estávamos bêbados, ele mais que eu. — Encaro o Chris. — Ele nem se lembra.

— Como sabe? Você falou algo?

— Não, o Aley perguntou algumas coisas e o Ruy nem sabia onde havia dormido ou o que tinha feito.

— Mais alguém sabe? — Nego. Chris senta ao meu lado e me abraça beijando minha cabeça. — Sinto muito, baixinha.

— Eu não me importo com isso, afinal, quantas pessoas ficam com as outras só por ficar? — Chris suspira.

— Mas você era virgem, não era? — Assinto.

— A única coisa que me preocupa é que fizemos sem preservativo e na última vez ele gozou dentro. — Chris me encara assustado.

— Isso é péssimo, Evie.

— Eu sei — resmungo apertando minhas mãos. — A verdade é que eu tô aterrorizada com isso, mas não posso falar com ninguém, nem com o Bell, afinal, ele é primo do Ruy.

— Tudo bem, pode contar comigo. — Sorrio segurando sua mão.

— Obrigada — sussurro.

— Você quer que eu compre algum anticoncepcional? Pílula do dia seguinte? — Assinto. — Tudo bem, já volto.

Ele pega sua carteira e a chave do carro e se vai, depois de uns vinte minutos retorna com uma sacolinha e me entrega.

— Obrigada, Chris — falo realmente agradecida.

— Amigos são pra isso, não é? — Ele tira a caixinha e me mostra. — Você não pode tomar isso com frequência, vai ser hoje e só. O certo seria você procurar um ginecologista, mas enfim. — Senta ao meu lado. — Toma só um. E nunca mais faça isso, ouviu? Não seja tão irresponsável assim, não se deixe levar. Eu gostaria de dar uma surra naquele Ruy agora, o que ele tem em mente em ficar com uma garota de 15 anos e depois sequer conversa sobre o que aconteceu. Duvido que alguém fique tão bêbado assim, Eva. Se ele conseguiu transar, não estava tão embriagado — seu olhar é preocupado. Dou de ombros.

Indomável - Eva [2°história]. Onde histórias criam vida. Descubra agora