O céu está escuro, agora parece que até as estrelas e a lua foram se deitar. Já é tarde, e eu posso ter certeza disso ao olhar o horário no celular do Ruy, ao lado do maço de cigarro. O Ruy está adormecido na poltrona, onde eu também estava, até porque depois da nossa diversão, veio o cansaço.
Levanto-me delicadamente e vou até a adega, pego um copo e coloco uma dose de tequila, bebo de uma vez só.
— O que foi? — Ruy pergunta rouco, o encaro e ele ainda está na mesma posição, porém os olhos abertos.
Balanço a cabeça.
— Nada, só perdi o sono — respondo, ele se levanta e sorri se aproximando.
— Posso fazer você ficar cansadinha se quiser — fala malicioso e me abraça por trás.
Seus braços passam por cima dos meus e me envolve dentro deles, a sua cor bem mais escura em contraste com a minha muito clara forma uma mesclagem linda.
Ruy beija meu pescoço e suspira.
— Namora comigo, Eva? — Pergunta de repente. Arregalo os olhos e me viro o encarando, ele está sério.
— O quê?
— Namora comigo. Eu gosto de você, loirinha — sussurra acariciando meu cabelo. — Quero assumir você, que seja só minha. Estou disposto a enfrentar seu pai e irmão e quem mais vier, vou convencê-los que gosto de você, gosto mesmo.
Mordo o interior da boca e pisco rapidamente me abraçando, porquê de repente eu sinto um vento gelado envolvendo meu corpo nu.
— Eu... Não sei, preciso pensar — sussurro insegura. Ruy bufa.
— Você é sempre assim, toda vez que te pressiono em relação a nós dois, você escapa entre os vãos que eu deixo. — Segura meus cotovelos se aproximando. — Mas não agora.
Tento me afastar e me viro ficando de costas pra ele.
— Eu preciso de espaço — digo com a voz falha. Ruy me vira pra ele e fala decidido:
— Eu não, na verdade quero o mínimo de espaço possível. Uma centena de palhaços socados num Fusca, por exemplo, é desse aperto que estou precisando.
Seus olhos são fixos nos meus.
Engulo em seco e abaixo a cabeça. Ruy toca meu queixo e levanta me fazendo olhá-lo, ele sorri e acaricia meu rosto.
— Apesar dessa casca dura por fora, dessa marra toda e da impertinência, você é só uma menina, não é? — Pergunta com a voz mansa e o olhar carinhoso. — Aceita pra eu te provar que posso ser o seu cara — pede.
— Ruy, eu... Não sei. Você e eu juntos? Não sei se vai dar certo. — Ele balança a cabeça.
— Eu também não sei, gata, mas se nunca tentarmos, nunca vamos saber. — Levanta as sobrancelhas. Respiro fundo.
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Indomável - Eva [2°história].
Romans2° história da segunda geração da série Corrompidos. LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998. Todo o conteúdo desta obra é protegido pelas leis de direitos autorais e direitos conexos. É expressamente proibido a cópia, reprodução, difusão, transmis...