Indomável - Eva [2°história].

X.

Encolho minhas pernas e as abraço colocando a cabeça em cima do joelhos e fixo minha atenção no filme que já está acabando, é um romance dramático, Charlie está chorando ao lado do Hayden.

— Vocês ainda estão vendo esse filme? — Ruy pergunta entrando com a Kaya sentada em seus ombros e segurando na cabeça dele, ambos estão molhados pois estavam brincando na piscina.

— Você ta molhando a casa toda, cara — Hayden reclama enquanto o irmão caminha até a cozinha sem se importar com o rastro de água que deixa. Ele volta segurando um pote de sorvete em cima da cabeça enquanto com uma colher vermelha toda decorada a Kaya vai comendo, Ruy segura ela com a mão livre. — Meu Deus, vai deixá-la cair — Hay levanta preocupado parando atrás do irmão e apoiando as costas da Kay, ela continua comendo tranquilamente me fazendo sorrir.

— Ta tudo sobe controle, maninho, fica de boa — Ruy diz rindo. — Até parece que vou deixar minha sobrinha se machucar, fica tranquilo — avisa. Hayden solta a pequena ainda relutante, mas quando percebe que ela está segura mesmo, volta até a Charlie que ainda está limpando as lágrimas depois do filme acabar.

— Vou colocar uma sunga pra entrar, vamos nos trocar, amor — Hay estende a mão pra Charlotte que aceita se levantando.

— Cuidado com minha menina — minha irmã avisa. — Já voltamos — sobe correndo segurando a mão do Hay que vai atrás.

Assim que eles somem, o Ruy coloca a Kaya sentadinha na porta da varanda comendo seu sorvete, ele vem e senta ao meu lado me encarando, coloca o braço sobre o encosto do sofá e toca meu rosto colocando meu cabelo atrás da orelha.

— Vamos? — Pergunta, eu balanço a cabeça.

— Pode ir — sussurro.

— Não vai entrar? — Resmungo um não e ele franze a boca. — Eu te fiz algo? — Pergunta parecendo realmente preocupado. — Às vezes eu posso falar algumas coisas sem pensar que você pode se magoar, me acostumei a te provocar falando qualquer coisa e... — Eu sorrio o fazendo se calar.

— Você não fez nada, só quero ficar quietinha aqui — respondo.

Ele acaricia minha mão e sobe até minha boca.

— Mas a hora que eu cheguei você estava diferente — comenta.

— Assim sou eu, vai se acostumando. Aliás, já devia ser acostumado considerando que só passamos a infância toda juntos praticamente — digo rindo, ele suspira balançando a cabeça.

— Nunca consegui me acostumar com seu jeito, Eva — ele é sincero, eu sorrio sabendo que é verdade, afinal, não é todo mundo que se habitua com minhas constantes alterações de humor.

— Tudo bem — balanço a cabeça. Ele se aproxima e me da um selinho.

— A Charlotte disse para eu mostrar nossos garanhões pra você — sorri maliciosamente. — O principal você já conheceu — faz uma referência. — Amanhã podemos ir lá, mas se quiser ir hoje mesmo nós vamos.

— Não, está tudo bem, pode ser amanhã — afirmo.

— Ta bom, mas fica mais animadinha, vai — pede sorrindo. — Eu sei bem de uma coisa que pode te animar — me da outro selinho sorrindo.

— Para com isso — sorrio o empurrando. — Alguém pode ver — olho para as escadas e pra Kay.

— E daí? — Ele me da outro beijo.

— E daí que vai dar merda — resmungo. Ruy sorri levantando.

— Vamos pra água, Kay? — Pergunta parando na frente da bebê, ela balança a cabeça.