Capítulo 2

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LUKE

     

      Mais uma vez cheguei no trabalho atrasado. Precisava mudar essa rotina. Apesar de ser habilidoso com meus projetos, uma hora ou outra o chato do meu chefe poderia se irritar. Entrei no meu escritório, tudo estava como eu havia deixado. Do lado esquerdo estava meu armário de metal, todos meus arquivos estavam ali, toda a minha vida arquivada. À esquerda uma estante com vários livros, muitos de literatura e uma minoria sobre arquitetura. No centro do cômodo que não era muito grande, (eu já achava que merecia um lugar melhor), estava minha mesa de desenho. Ali eu tinha as mais brilhantes ideias da minha vida.

      Pelo menos as não relacionadas com mulheres.

      Me lembrei então da ruiva.

      Jessie.

      Não ligaria para ela agora. Deixa-la um pouco ansiosa seria essencial. Mas eu estava com tanto desejo de vê-la novamente. Não era paixão, longe de mim isso. Era desejo, e só.

      Me sentei em minha cadeira tão confortável. Comprei ela na melhor loja da cidade, e como foi cara. Mas eu não aguentaria trabalhar por tanto tempo ali se fosse com aquela cadeira dura e desconfortável que o inútil do meu chefe havia comprado. Com certeza a dele era melhor, mas não agora, as vezes queria jogar isso na cara dele.

      Eu estava trabalhando em um projeto mais simples. Uma casa de campo para um casal. Mas o que eu queria mesmo era fazer os grandes prédios, aqueles que eu admirava.

      Mais uma vez me lembrei dela.

      O quanto eu poderia estar desejando-a?

      Jessie. O que você tem de tão especial?

      Logo eu descobriria, mas não agora. Se eu agisse assim, no impulso, não seria tão efetivo. Eu sabia que para conquistar uma mulher primeiro teria que estuda-la. Mudei mais uma vez o foco dos meus pensamentos e continuei o desenho que fazia.

      Pouco antes do meu horário de almoço recebi uma ligação inesperada. Era Mônica, a secretária do chefe.

      “Bom dia Luke, o Sr. Matsuda gostaria de vê-lo na sala dele o mais rápido possível.”

      “Estou subindo” eu disse e me apressei para saber o que seria dessa vez. Só podia ser por causa do atraso. Eu estava com a corda no pescoço e subindo para ser jogado no abismo. Ao chegar Mônica me recebeu com um belo sorriso no rosto. Achei estranho, se eu seria mandado embora, qual o motivo de tanta felicidade? Será que Mônica me odiava tanto assim?

      Entrei no enorme escritório do Sr. Matsuda. Ele estava sentado em sua cadeira.

      Droga. Ela era melhor que a minha.

      “Luke, sente-se.” Ele disse apontando para as cadeiras que estavam à frente de sua mesa.  Me sentei. Até essas cadeiras eram melhores que a minha. “Tenho acompanhado seu trabalho de perto há algum tempo Luke.” Ele continuou dizendo. Estou ferrado. Preciso encontrar um outro emprego. “O que você acha de ter um escritório maior? No andar de baixo.”

      O que? Promovido? Eu só poderia estar sonhando. Seria isso mesmo possível? Mesmo depois de tantos atrasos. Mesmo sonhando tanto com essa promoção eu sabia que não a merecia. Mas também não seria idiota de recusar.

      “Seria ótimo Sr. Matsuda.” Respondi tentando esconder a euforia na minha voz.

      “Você tem até as duas horas para mudar todo seu material de trabalho e equipamento para cá. Tenho uma reunião com um cliente as três e quero que você esteja nela. Vai ser seu primeiro grande projeto.”

O Assassino das RosasOnde histórias criam vida. Descubra agora