Capítulo 7

99 7 2
                                    

DETETIVE TAYLOR

       Naquela manhã de sexta-feira eu acordei mais cedo que o costume. Eu já estava estudando os arquivos de Isaac Salazar há dois dias. Fui para a delegacia investigar alguns nomes que me chamaram atenção. Assim que cheguei ao estacionamento vi uma caminhonete preta sem placa. Mas isso não podia estar acontecendo, não agora. Eu sabia que estava chegando perto do assassino.

      Entrei com um pouco mais de pressa e subi as escadas até a sala do Charlie. Um homem e uma mulher, ambos de ternos pretos estavam em pé conversando com ele. Bati da porta e entrei na sala.

      “Detetive Taylor, que bom que chegou. Estávamos te esperando.” Charlie me disse. Eu cumprimentei os agentes ao entrar e ele continuou falando. “Esses são os agentes, Sarah Banks e Erick Carter, do FBI. Eles vieram acompanhar o caso do assassino das rosas.”

      “Mas eu achei que com essas novas provas ficaríamos com o caso”

      “Agente Carter, agente Banks. Eu poderia ter um minuto a sós com o detetive Taylor. Podem ficar à vontade na delegacia.”

      Os agentes saíram da sala.

      “Taylor, o governador está me pressionando demais por resultados. Ano que vem teremos eleições e ele não quer ficar com a imagem suja por causa da segurança pública.”

      “Mas Charlie, eu estou chegando perto. Eu sei que posso pegá-lo. Se o FBI entrar agora na investigação eles podem atrapalhar tudo.”

      “Desculpa detetive, mas minha decisão já está tomada. A partir de agora quero que passe todas as informações que temos sobre os crimes para os agentes, e por favor, não faça nada pelas minhas costas.”

      Eu saí da sala sem dizer mais nenhuma palavra. Quanto tempo eu passei investigando, analisando cada cena de assassinato, pro FBI chegar e pegar tudo de bandeja e usar todo o recurso que o governo não nos dava para resolver o MEU caso. Eu precisava de um café. Fui até o pequeno refeitório que tinha na delegacia e lá estavam eles.

      “Detetive Taylor. Tivemos boas referências de você. Espero que possamos fazer uma boa parceria para pegar logo esse criminoso.” A Agente Banks me disse enquanto eu pegava o meu café. Ela era uma mulher nova, tinha pouco mais de trinta anos, os cabelos longos e castanhos e os olhos com um tom claro e esverdeado. Ela exalava um perfume doce, algo que me irritaria se eu tivesse que passar muito tempo com ela.

      O Agente Carter era alto. Ele tinha o cabelo curto na cor preta, os olhos escuros e intimidantes – algo bem útil em interrogatórios.

      “Tenho seis nomes para investigação. Todos estão ligados a Isaac Salazar e tem motivos para quere-lo morto.” Eu disse mal humorado.

      “Vamos começar a interroga-los então, ou já começou?” a Agente Banks perguntou.

      “Na verdade eu iria começar hoje.”

      “E por onde começamos?” dessa vez quem perguntou foi o Agente Carter.

      “Na ‘Matsuda Engineering’. Luke Crawford é o nosso primeiro suspeito.”

      Depois de analisar os arquivos minuciosamente eu separei seis nomes que estavam diretamente ligados à Isaac. Três nomes eram de pessoas para quem ele devia dinheiro. Apesar de Isaac Salazar ser ligado a gangues eu tinha certeza que isso não estava ligado à eles. O primeiro suspeito era Joshua Perón, um agiota conhecido por ser violento com quem atrasava os pagamentos. O segundo era Mallcon Morton, sem passagem pela polícia, um empresário do ramo de tecnologia. O terceiro era Luke Crawford, arquiteto e amigo de Isaac. Todos os nomes estavam em um pequeno caderno de anotações encontrado na casa de Isaac.

O Assassino das RosasOnde histórias criam vida. Descubra agora