Capítulo 9

139 8 2
                                    

LUKE

      Naquele dia, depois da visita inesperada da polícia e do FBI, eu tive que me explicar com o Sr. Matsuda. Expliquei para ele o porquê da visita dos federais e voltei a fazer o meu projeto. Era difícil me concentrar com tantas memórias das noites anteriores com Jessie na cabeça. Depois do jantar romântico que tivemos na terça nossa relação mudou. Ela aceitou meu convite para sair na noite seguinte e fomos assistir um jogo de basquete. Uma pena ela não poder sair na quinta feira, tive que me divertir sozinho.

      No jogo nós nos sentamos na frente. Eu tinha alguns amigos que felizmente tinham alta influência nesse tipo de assunto. Jessie não pareceu gostar, na verdade ela nem parecia entender as regras do jogo. Já eu, adorei ver os Bulls arrasando. Eu comemorava a cada cesta, e Jessie me acompanhava com um pouco mais de timidez. Nosso melhor momento no jogo foi quando as ‘câmeras do amor’ nos filmaram dando um beijo daqueles.

      “Será que você não pode me dar um beijo sem ter uma plateia para ficar aplaudindo.” Ela disse se lembrando da noite no restaurante.

      “E que graça teria eu te beijar sem que o mundo soubesse que você é só minha.” Eu respondi dizendo as palavras que toda mulher gostaria de ouvir. Eu pude ver nos olhos dela que ela gostou.

      Se fosse com outra mulher, nada disso estaria acontecendo. Primeiro, eu nunca chamaria para um segundo encontro, e segundo, eu não conseguia acreditar que era eu falando todas aquelas baboseiras românticas. Mas essa era uma mudança que estava me fazendo bem.

      Sai um pouco mais cedo para o almoço e passei em alguns lugares antes. Comprei lápis novos – eu não gostava muito dos que me davam no escritório, e, apesar de ter pedido para o Sr. Matsuda comprar os que eu gostava, eles ainda demorariam a chegar. Me sentei em uma mesa mais escondida dessa vez, eu queria um pouco de privacidade. Peguei o celular e liguei para Jessie. Conversamos por alguns minutos até o meu bife com ovos e queijo chegar.

      Percebi que a garçonete estava me paquerando, mas dessa vez eu ignorei. Me sentia fiel, e a cada minuto me sentia mais estranho com esses novos sentimentos que surgiam. Tudo que eu menos queria nesse momento da moinha vida era me apaixonar, mas parecia ser inevitável. Quando terminei de comer liguei para Mônica.

      “Mônica, avise ao Sr. Matsuda que tenho alguns assuntos para resolver. Não volto mais na empresa hoje.”

      Fui pra casa, tomei um banho e peguei um taxi.

      Só cheguei em casa à noite.

  

JESSIE

       Minha concentração estava comprometida. Eu não esperava me apaixonar, não nesse momento da minha vida. Luke tinha me provado ser bem mais do que o babaca egoísta que eu achei que ele fosse, ele era romântico, inteligente. Depois de dois encontros que tivemos eu pude perceber sua verdadeira identidade, uma identidade que talvez nem ele mesmo conhecesse.

      Naquela manhã de sexta-feira, com a visita do FBI e do detetive Taylor, eu estava feliz, pelo menos até o detetive me fazer tantas perguntas. Eu odiava ter que lembrar do meu passado. Assim que os federais saíram eu fui conversar com Mallcon.

      “Claro, pode ir... Não vamos ter nada de importante na empresa hoje.” Ele disse em resposta a minha pergunta se poderia ir embora mais cedo. Mallcon era um amor de pessoa comigo.

      Eu ainda me lembrava do dia em que ele me contratou. Eu estava em casa, ainda muito triste pela morte dos meus pais, quando recebi uma ligação. Mallcon perguntou se eu estava trabalhando e, quando respondi que não, ele marcou uma entrevista. Quando entrei pela primeira vez na M&M ela ainda era uma empresa pequena, Mallcon me disse que tinha planos de expansão a curto prazo e que eu seria uma peça essencial nessa nova fase da empresa.

O Assassino das RosasOnde histórias criam vida. Descubra agora