Capitulo 11

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ASSASSINO DAS ROSAS

      Eu já não aguentava esperar para saber se tinha dado tudo certo. O detetive Taylor já estaria fora das investigações uma hora dessas, e eu poderia ficar um tempo sem matar mais ninguém. Já estava tarde e eu estava com a televisão ligada. O canal de notícias estava cobrindo o sequestro mas ainda não tinha informado nada que não fosse novidade pra mim.

      Meus olhos já não se aguentavam quando finalmente uma repórter loira entrou ao vivo. Eu vi o galpão vermelho ao fundo e bastante carros do FBI parados em frente.

      “A filha do detetive Taylor foi encontrada nesse galpão abandonado agora a pouco. O detetive não pode dar entrevistas por que, segundo algumas testemunhas, ele foi levado algemado pelo FBI. Quando chegamos ao local havia uma ambulância partindo que supostamente estaria levando o policial Bryan Meyer. As suspeitas são que o detetive disparou contra a própria polícia temendo a segurança da filha. Voltamos com o link ao vivo do hospital com mais informações.”

      Tudo com planejado. O detetive estaria fora do meu caminho agora, a cidade era minha. Os agentes do FBI eu cuidaria depois, mas com eles eu não teria a mesma compaixão que tive com o detetive, com eles eu pegaria pesado. Pensaria nisso depois, no momento eu só queria relaxar, afinal, agora havia uma nova fase da minha vida batendo na porta, e eu a deixaria entrar. Iria aproveitar casa segundo desse sentimento.

      Desliguei a televisão e dormi.

      Os sonhos foram os mesmo de sempre. Eu estava em uma floresta, a noite já tinha caído e tudo estava escuro. Meus pés estavam descalços e úmidos, eu me abaixei e percebi que era sangue, mas não era meu. O barulho de asas batendo me assustou e comecei a correr. As árvores eram grandes, todas enfileiradas seguindo o mesmo padrão, algo que só seria possível em sonhos. Havia algo me seguindo, eu podia sentir. Quando eu tentei aumentar minha velocidade eu tropecei em uma raiz. Meus braços estavam machucados e sangravam muito e algo agarrava meus pés. Senti uma dor insuportável nas pernas e vi uma roseira crescendo logo abaixo de mim. Os espinhos penetravam minha pele e me cortavam sem nenhuma dificuldade, o sangue jorrava do meu corpo e formava rosas vermelhas quando caia no chão. Eu já estava com o corpo todo ferido quando o sol nasceu.

      Eu acordei.

      Mais um dia nascia, mas esse seria diferente. Algo me dizia que eu voltaria a ser totalmente feliz novamente, como nunca tinha sido antes. Me arrumei e fui trabalhar, como se nada tivesse acontecido. Como se nada estivesse relacionado a mim. Aqueles assassinatos estavam ficando pra trás, e o assassino das rosas também.

LUKE

      Mesmo dormindo tarde na noite anterior eu consegui chegar no meu horário a empresa. Liguei para a M&M logo cedo, mas Jessie não tinha chegado, tentei ligar no celular dela mas ela não me atendeu. Ela nunca se atrasava e isso me deixou preocupado. Deixei uma mensagem na secretária eletrônica e comecei a preparar a nossa noite. O Sr. Matsuda nunca aparecia na empresa aos sábados, muitos aproveitavam para não ir trabalhar, mas eu tinha que manter o foco no projeto do prédio da M&M, e até a gora eu não tinha nada.

      Na minha sala havia bolas de papel jogadas por todo o canto, e antes de começar a desenhar eu arrumei a bagunça, afinal, Jessie viria aqui na segunda-feira. Seria nossa segunda reunião profissional e eu não tinha nada para apresentar. Quando me sentei para começar um novo desenho ela me ligou.

      “Oi docinho. Fiquei preocupado com você, aconteceu alguma coisa?” perguntei antes que ela pudesse falar.

      “Está tudo bem... dormi tarde ontem e acabei perdendo a hora.” Ela disse com a voz cansada.

O Assassino das RosasOnde histórias criam vida. Descubra agora