Eu devia realmente definir um dia para postar os novos capítulos... Sinto muito pela bagunça, mas que tal ficarmos decididos na quinta? E talvez também nas segundas?
Não falta muito para a história acabar e estou muito ansiosa com o final, isso porque venho pensando em fazer uma continuação. Nada concreto ainda, mas vamos ver no que dá...
Anyway, espero que curtam esse pedacinho!
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Naquele dia, Luci tinha me perguntado se podia dormir na minha casa. Até então, eu não tinha notado o tamanho enorme de sua mochila.
Tinha prometido a ela, há muito tempo, que jamais leria sua mente — quando possível —, mas era impossível não perceber que tinha algo errado. Não só com ela, comigo, com Dean, com Carl. Algo fora do lugar.
— Obrigada por ter me deixado vir, Sam — disse ela, colocando suas coisas sobre uma cadeira antes de se sentar ao meu lado na cama.
Meneei a cabeça. — Você é sempre bem vinda. Eu só não entendi porque quis vir tão de repente. — Apoiei a cabeça na mão e a encarei com uma sobrancelha erguida. — E porque já estava com a mochila pronta.
Luci encolheu os ombros, nem sequer tentando esconder o constrangimento.
— Eu... — Ela começou, brincando com os dedos nas dobras do lençol, sem me encarar de frente. — Meio que fugi de casa.
Olhava para baixo, evitando meu olhar, por mais que eu buscasse o dela.
Ergui o tronco, inclinando a cabeça e tentando encontrar os olhos de Luci.
— Pera... O que?!
— Bem, não fugi exatamente.
— E o que você fez?! — Gesticulei, nervosa.
— Eu só precisava... Não estar lá. — Luci deixou os braços caírem sobre o colo, sem força.
— Então não diga que fugiu! — Eu era a única que via um sério problema naquela frase?
— Eu não queria te encher com meus problemas, ainda mais depois de tudo que você passou.
Aparentemente sim.
— Não me assuste assim. — Eu a puxei pela mão, fazendo com que ela se aproximasse um pouco mais. — Mas agora, me conte o que aconteceu.
Luci sempre foi uma garota animada, o que tornava fácil esconder o que ela realmente passava em casa, e talvez por isso — e pela promessa de nunca ler sua mente — eu não tivesse percebido as dificuldades que ela enfrentava. Aparentemente seus pais andavam brigando constantemente, e se ela tinha vindo buscar abrigo comigo era porque a coisa devia estar feia. Ela realmente não era de se abrir muito.
É claro que eu podia ter percebido antes, Luci era a minha melhor amiga e eu estava perto dela constantemente. Como não notei que ela estava com problemas? Também, eu estando tão centrada em mim mesma e em minhas dificuldades, não é de surpreender que ela não tivesse tido coragem de falar comigo antes.
Todo mundo, afinal, tem problemas.
Por alguns dias, me permiti — tentar — ser uma aluna normal, esquecendo Dean, o casamento, e as preocupações que pareciam sempre voltar a me assolar. Grande parte disso se devia ao fato de Carl estar indo embora, e todos nós termos dedicado mais tempo a ele e sua despedida. Esse tempo alegre, no entanto, passou muito mais rápido do que o previsto.
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Ouvindo Você
Teen FictionLonglist do Wattys2018! Samantah pode ler pensamentos. E seu dom se torna uma maldição, quando um novo rapaz na cidade resolve usar esse segredo contra ela.