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                            Narrador

Alguns dias se passaram desde a festa da corporação Queen. E a quase briga de Oliver e Felicity.
Desde então, ambos mal tem trocado olhares, nem mesmo em seu trabalho. E esses dias se tornaram semanas, e o máximo que ocorria entre os dois era Oliver olhando para Felicity quando ela não estava olhando, e a loira fazia o mesmo.
Ambos escondendo que morriam de vontade de resolver aquela situação. Sem contar o que corroía as paredes de seus cérebros, plantando uma dúvida insuportável: o que eles poderiam ser se admitissem o que sentem? o que aconteceria?
Essas perguntas os atormentava, mas nenhum se arriscava para saber a resposta. Afinal, nem eles sabiam ao certo o que sentiam um pelo outro, eles se conheciam a alguns meses, mas sua conexão já era enorme, mesmo que negassem tudo isso.

Oliver, como sempre, tentava suprir a falta e esconder seus sentimentos indo a incontáveis festas, e dormindo com uma mulher nova quase todos os dias, fazendo exatamente o contrário do que sua irmã disse. Mesmo sabendo que isso não tiraria a loira da sua cabeça.

E Felicity tentava ignorar, se afundando em trabalho. Era como se ela trabalhasse no setor de TI novamente com tanto afazeres. Em alguns dias, essas mulheres apareciam no trabalho de Oliver a noite, e a loira era obrigada a assistir aquela cena.
Culpava sua raiva por ele por ele estar fazendo seu trabalho o mais mal feito possível, ás vezes nem fazia. Ele estava se tornando mais intolerável do que no início de seu emprego. Mas Felicity sabia que o que dava nos nervos não era o trabalho que ele não fazia, e sim o ciúmes e a vontade incontrolável de falar tudo que estava engasgado em sua garganta a meses. Mas ela se recusava a admitir todos esses sentimentos, tentava os reprimir.

Talvez esse silêncio entre os dois não era necessário. Mas para quem a meses tenta manter a discrição sobre o que sente isso tenha sido a gota d'água.

                        POV's Felicity

A cada dia se tornava mais difícil passar por aquela porta da empresa e dar de cara com Oliver. Estamos nos ignorando a quase três semanas, tudo ficou estranho depois daquela noite. Era difícil admitir isso pra mim mesma, mas sentia sua falta. E dentre todas as coisas, o que mais deixava saudade era quando ele aparecia de surpresa em meu escritório e ficávamos conversando. E rindo. O som da risada dele era tão agradável, e até disso sinto falta.
A cada vez que essas coisas vem à minha cabeça tento afastar os pensamentos, me repreendendo com o provável fato de que ele não faz a mínima questão de me ter pelo menos como amiga.
Quer dizer, pelo menos não, apenas amiga, porque é só isso que nós somos, ou éramos.

Afasto toda essa confusão da minha cabeça e sigo para meu escritório, passando por Oliver e o vejo com os cotovelos apoiados na mesa da secretária, sorrindo, ele estava flertando com a secretária? Era isso mesmo? Meu Deus.

Respiro fundo e continuo meu caminho, ignorando a cena que acabara de ver. Quando na verdade minha vontade era de gritar com ele e cuspir na sua cara.

– "Felicity!" — Ouço Oliver gritar de onde estava quando estava prestes a abrir a porta do meu escritório.
Então ele simplesmente decidiu parar de me ignorar?
Me viro e ele estava com um sorriso irônico no rosto. Como eu queria quebrar aqueles dentes perfeitos naquele momento.

Dou um sorriso fraco e me viro novamente, abrindo a porta do meu escritório, tentando evitar mais contato visual com ele.

– "Podemos conversar?"

Fecho a porta fingindo que não estava o escutando.
Queria responder que sim, queria conversar com ele, mas tinha medo do que podia acontecer. Por mais que seja mais doloroso, talvez ignora-lo seja mais fácil.

Abro meu computador, e olho pela janela e vejo que ele já tinha voltado sua atenção para a morena.
Fiz bem o ignorando, agora ele pode se concentrar no que realmente interessa. E eu também.

Tenho meus pensamentos interrompidos por uma batida na porta. Levanto e a abro o mais rápido possível, quase que desesperadamente.

Esperava que fosse Oliver, mas era só um funcionário me entregando alguns arquivos.

Sento e volto a trabalhar no dispositivo que havia desenvolvido a algumas semanas, que consertaria qualquer tipo de dano a coluna vertebral. Estava terminando alguns ajustes quando ouço alguém bater na porta novamente, imediatamente olho para o relógio pendurado na parede e vejo que já são três da tarde. O tempo havia passado rápido, e eu estava tão envolvida que nem percebi.
Novamente outras batidas são investidas na porta e eu me levanto para finalmente abrir.
Era ele.
Não esperava sua visita, por mais que quisesse.

Ele abre um sorriso ao me ver. Seus olhos estavam carregados, e ele parecia nervoso.

– "Posso entrar?" Eu abro mais a porta, dando espaço para ele entrar, e ele se senta na cadeira a frente da minha e coloca uma xícara de café na minha mesa, como fazia nas tardes passadas.
Sorrio discretamente, lembrando desses momentos e me sento à frente dele, fechado o computador, que atrapalhava a minha visão.

– "Então, o que você quer?"

Ele estava me ignorando a semanas, e de repente resolve vir falar comigo e me trazer café, não podia dizer que aquela era uma situação normal como era antigamente, já que mal estávamos trocando olhares e agora ele está aqui na minha frente.

                          POV's Oliver

– "Eu não sei exatamente. Só queria te ver."
As palavras saem da minha boca em um ato, antes que eu pudesse processa-las.
Mas era verdade, depois de tanto tempo sem conseguir conversar com ela tudo que eu queria era vê-la. Sentia sua falta.
E por isso decidi ir falar com ela, não aguentava mais isso. Estava cansado de bancar o idiota, não estava me servindo de nada, por mais que eu me recusasse a aceitar.

Ela levanta as sobrancelhas, surpresa com o que eu disse, e a vejo sorrir de lado.

O silêncio se instala no local, e não se ouve nada além de nossas respirações. Ela olhava fixamente pra mim, provavelmente sem saber o que dizer, e eu também não sabia.

– "Então..." — Tento quebrar o silêncio constrangedor.

– "Não nos falamos a um tempo."

– "Sim. Desde a noite que..." — Ela para sua fala, percebendo aonde a conversa tinha chegado. Exatamente no ponto que eu estava querendo evitar, e ao que parecia, ela também. Chegava a ser constrangedor lembrar daquele dia, de como ele terminou.

My sweet CEO - OlicityOnde histórias criam vida. Descubra agora