Capitulo nove!

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       TRÊS ANOS ATRÁS

Shawn...

Faziam dois anos desde a morte da minha mãe e um pouco mais de um ano da morte de meu pai. Tio Adam foi o único da família que quis ficar com minha guarda e eu não podia dizer nada já que eu era só um órfã amaldiçoado pelos meus ancestrais a viver uma vida de merda até uma certa idade e morrer brutalmente assassinado assim como meus pais.

Esta era a história que meus primos me contavam quando eu tinha cerca de oito anos e morria de medo mas agora eu só fico ansioso para que chegue minha hora, já que agora sou considerado mais um fardo pra família.

— Quer um sorvete Shawnie? — Tio Adam me chama pelo apelido que só minha mãe me chamava, eu olho ele com um dos meus piores olhares. — me desculpa...

Hoje faz dois anos desde a morte da minha mãe, e tio Adam resolveu me trazer pra Flórida para mim não ficar enfurnado no meu quarto vendo as fotos da minha mãe e queimando as do meu pai. Estávamos aqui faz quase três horas e já fomos no zoológico e no parque da cidade, mas nada me anima.

Agora estávamos sentados nos bancos do Mc Donald's esperando nossos pedidos chegarem, vejo uma viatura parar na rua um pouco à frente do restaurante e fico vendo aqueles homens fardados e imagino que se alguns como eles estivessem na minha casa naquela noite minha mãe não teria sido assassinada e poderia ser ela a estar ao meu lado agora.

Simon está me olhando com um daqueles olhares de pena e seu celular começa a tocar. O mesmo se levanta.

— eu tenho que atender esta ligação,eu já volto. Não saia daqui.— ele some no meio da multidão e eu reviro os olhos.

Me levanto e vou até a entrada olhar de perto os polícias e reconheço um deles.

Ele tinha os cabelos grisalhos mas não parecia ter mais de 50 anos, cerro os olhos quando me lembro dele. Ele era o policial que estava em Toronto quando meu pai morreu, ele foi o homem que disse baixo para os outros policiais que minha mãe era uma vadia e meu pai estava com ela no inferno. Mas porque ele não está mais fardado? Será que ele foi demitido?

Ele me vê o encarando e se aproxima. Com certeza ele me reconheceu também, pois está com um olhar sarcástico.

— olha só... o garotinho órfã da casa 1300 de Toronto. O que faz aqui na Flórida? — ele toca meu ombro mais tiro rapidamente suas mãos do meu ombro dando um passo pra trás. Ele ri.

— Achei que você era policial... e de Toronto. — ele se aproxima mais e encosta na porta do estabelecimento.

— Eu fui transferido pra cá, minha mulher e minha filha estão aqui, não poderia ficar no Canadá sem minha família. — ele sorri e percebo um sarcasmo em suas palavras. — E fui nomeado delegado da polícia da Flórida, agora meu trabalho é aqui.

Meu maxilar fica rígido e eu saio dali voltando ao meu lugar no restaurante. Mas antes de eu me sentar ele grita pra mim:

— não se preocupa não, eu estou ajudando a polícia de Toronto a encontrar o assassino do seu pai... apesar de eu ter minhas suspeitas. — olho ele com os olhos arregalados e ele ri. — talvez eu espere o indivíduo completar 18 anos pra ele pagar por seus atos corretamente.

Desde aquela tarde eu não consegui tirar aquele homem da cabeça, e o medo de ser preso por algo do passado me corroeu por meses.

O Psicopata Da Casa Ao Lado || S.MOnde histórias criam vida. Descubra agora