Aproximação

155 7 3
                                    

Desmaiei de novo.

Não sei se desmaiei por conta do mal estar ou do impacto, mas quando acordei estava deitada em uma cama com alguma coisa prendendo minha cabeça parecendo uma faixa. Tentei abrir os olhos, mas a dor em minha cabeça era grande demais. Tudo o que fiz foi gemer.

- não tente se mover a pancada foi muito feia – aquela voz, daquele que tanto me perturbava.

-onde eu estou o que você esta fazendo aqui comigo? – forcei meus olhos a abrirem ignorando a dor.

Estava aparentemente em um hospital, em um leito cercado por cortinas azuis, acima da minha cabeça uma lâmpada excessivamente branca estava acesa, o que fazia minha cabeça doer ainda mais, acima da minha cabeça uma espécie de painel cheia de tubos, com uma mascara de inalação na ponta de um deles que estava enrolado.

-já avisei que não deve mover-se ou a dor vai aumentar- seu tom era duro porem sua voz soava dolorida e fria.

Virei um pouco e pude ter uma vista de quem falava comigo, não pude me conter em lembrar que eu desejara muito ver o que havia embaixo da jaqueta que ele usava na aula, agora tinha total visão, e era de tirar o folego, uma camisa básica preta com três botões na gola que estavam estrategicamente abertos, seus braços cruzados sob o peitoral forte porem não muito protuberante, sua pele era clara e quase reluzia sob a luz hospitalar.

Ele usava um colar de tira de couro com uma grande pedra ovalar azul de um tom que eu jamais vira na minha vida, ele reluzia forte chegava a parecer que tinha sua própria luz, seu azul só perdia em beleza para os olhos verdes intensos que agora se desviavam dos meus, quase me ignorando olhando para o corredor pela fresta de cortina entreaberta a seu lado.

-o que aconteceu?- foi a melhor coisa que me passou perguntar

-como se sente- ele ainda não olhava para mim

-parece que um trator desgovernado passou por cima de mim duas vezes. – era como eu me sentia e queria que ele ficasse mal, eu sabia que havia sido ele, mas ele não sabia que tinha o visto então resolvi me aproveitar da situação. – a ultima coisa que me lembro de é de estar em meu carro e então eu vi um carro grande e preto se aproximando rápido e só. - fiz careta ao tentar me sentar e soltei um gemido involuntário por causa da dor.

Ele se apressou a me ajudar, laçando meu corpo em seus braços e com uma facilidade surpreendente me pondo sentada na cama de hospital e se afastando rapidamente.

Seu toque desencadeou novamente a conhecida sensação em meu corpo senti toda a área onde seus braços estiveram queimar intensamente, meu corpo reagia ao seu toque como um calmo lago a uma pedra jogada, tudo se agitava como em um furacão e eu ficava no centro sem saber o que fazer.

Agora na sua presença percebi que os males me atacavam quando ele estava por perto, sua presença me desnorteava bagunçava e depois que saia me deixava perdida. Mas ele ainda não tinha falado uma palavra comigo resolvi atacar.

Ergui uma barreira imaginável em torno de mim, me negando a deixar-me abalar pelos lindos olhos ou pelo toque, não gostava de sentir aquilo e estava decidida e afastar tudo o que conseguisse.

- o que aconteceu por que é você que esta aqui comigo? – meu tom era seco e sem emoção, fiquei espantada ao ver o quanto conseguia esconder a tempestade que acontecia dentro de mim.

Ele finalmente me olhou.

-era eu que... que dirigia o carro preto. – sua expressão mostrou a dor que sentia e então toda a barreira que eu havia construído caiu.

Minha voz me traindo saiu terna e calma.

-mas não foi nada eu estou bem agora – tentei acalma-lo minha vontade era pega-lo nos meus braços e conforta-lo.

LUX MEA o renascimentoWhere stories live. Discover now