terremoto

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Saímos do quarto como dois criminosos e fomos ao quarto de Kitty que estava vazio. Minha melhor amiga parecia tão frágil quanto jamais pareceu mesmo em seu corpo franzino seu rosto porem era sereno e parecia dormir calmamente na cama de ferro branca, um lindo cobertor a cobria e seus braços pareciam repousar pesadamente ao lado de seu corpo imóvel.

Me aproximei com cautela não queria fazer barulho algum que pudesse chamar a atenção de alguém, Zaym me acompanhava em silencio mas eu sabia que sua apreensão também era grande, suspirei fundo e levantei o cobertor de Kitty o suficiente para eu ver uma de suas mãos a segurei firme entre as minhas e comecei a fazer o que acabara de aprender com Zaym.

Aos poucos fui enviando a ela uma pequena dose de energia e contemplava a nevoa partir para seu corpo e desaparecer, resolvi aumentar a dose gradativamente e senti meu corpo ficar um pouco mais fraco, procurei dentro de mim o sentimento de amizade entre nos e dele retirei toda a força que eu podia, a nevoa mudou de branca para purpura intensa vi suas bochechas adquirirem nova tonalidade mais viva rubra e saudável.

Mas durou apenas alguns segundos senti que não aguentava mais emanar a ela e ela não reagia continuava imóvel com a respiração suave e quase imperceptível.

Não me contive e emanei a ela uma força maior ainda o que me fez cambalear junto a cama e ser prontamente amparada por Zaym que estava a meu encalço.

- eu disse para você dosar Ayla – sua voz era baixa porem mostrava grande desagrado.

- eu não consegui – foi tudo o que pude dizer.

- vem vou te levar ao seu quarto – ele me amparou quando viu que eu não conseguiria andar me pegou no colo.

Ele me levou lentamente até meu quarto e eu sonolenta não consegui  relutar de repente a cama era um lugar maravilhoso pra mim senti meus sonhos vindo e ele sorriu.

- descanse lux mea.

Quando ele estava quase saindo chamei novamente.

- Zaym – ele logo se apressou e voltou.

- sim – perguntou.

- deu certo – a única coisa que eu queria era saber se meu esforço tinha valido a pena.

- não sei Ayla amanha veremos – pelo seu tom eu já sabia a resposta uma lagrima rolou pelo meu rosto no instante em que peguei no sono.

 Pensei que teria um sonho tranquilo,  porem não tive esse privilegio sonhei  o tempo todo com o passado flashes da profecia e do sacrifício salpicavam minha mente o tempo todo e eu não conseguia controla-los.

Até que parei sob uma montanha com lindas arvores  a minha volta podia até sentir o cheiro da grama sob meus pés um pouco distante de mim havia uma grande pedra e  nela uma mulher sentada de costas pra mim.

Aproximei-me instintivamente caminhando lentamente até a pedra, a mulher alisava seu longo cabelo negro e olhava para o horizonte suas roupas eram claras e pareciam com as de época da visão que tive do sacrifício.

- sente-se minha criança – sua voz era doce e parecia uma suave melodia.

Aproximei-me mais um pouco e subi na grande pedra me sentando a sua frente.

- prefiro que fique ao meu lado, não quero que me veja quero que vislumbre o que eu vejo. – obedeci me sentando a sua direita com as pernas cruzadas da maneira mais confortável que encontrei. – sabe por que esta aqui criança?

- não – respondi sinceramente.

- onde esta seu anel? – estendi minha mão a ela que olhou atentamente a pedra. – realmente os homens fizeram-na parecer mais linda do que eu imaginava, esta lagrima significou muito pra mim.

LUX MEA o renascimentoWhere stories live. Discover now