No quarto da irmandade

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        Acordar foi uma tarefa difícil, eu nunca havia desmaiado antes a sensação era horrível me sentia entorpecida parecia que o mundo inteiro rodava a minha volta.

        Mas aos poucos fui retomando a consciência do mundo ao meu redor, estava deitada aparentemente minha cabeça se aninhava delicadamente em um travesseiro extremamente macio com cheiro de lavanda, sentia como se todo o meu corpo estivesse pulsando e a qualquer momento poderia explodir.

            Meu devaneio passou quando alguém falou ao meu lado em tom de desconfiança.

           -tem certeza que ela não bebeu demais mesmo?

        Forcei-me a abrir os olhos e vi um rapaz alto magro de cabelos negros com um ar de superioridade e olhos castanhos intensos olhando fixamente para Karl que agora estava sentado ao meu lado.

           -tenho sim ela tinha acabado de chegar o copo que ela derrubou era seu primeiro – o tom de sua voz parecia uma nota mais alto do que o de costume o que indicava que ele estava ficando irritado.

             O rapaz pareceu se acalmar.

            -então o que pode ter a feito desmaiar desse jeito do nada? – ele parecia intrigado.

             -não sei  Marcus já disse tudo o que eu sabia.

             Cansada de ouvir a conversa falei.

             - não briguem por mim rapazes.

            -não estávamos brigando Ayla só ficamos preocupados com o que aconteceu – meu amigo parecia um anjo me olhando com mais ternura do que eu poderia imaginar.

           - é foi isso, a final o que te deu por que você desmaiou? Esta se sentindo bem? Pode falar, eu estou no ultimo ano de medicina e no que puder ajudar estou a seu dispor. - o tom do rapaz que Karl chamara de Marcus mudara para suave.

            - pode ficar calmo estou bem obrigada.

            -tem certeza Ayla você ficou bastante tempo desmaiada?

            -tenho sim.

            -bom podemos voltar a festa agora então?

             - Marcus interrompeu nossa conversa.

          -claro – respondi de pronto me pondo em pé num salto de repente me sentia tão bem quanto não me sentia em tempos.

               - tem certeza que esta bem pra isso? –Karl estava preocupado comigo o que me fez corar.

           -tenho sim a final de contas eu não vou ser louca de ir embora  e correr o risco de na segunda ser taxada de a esquisita que desmaia da faculdade, - eu estava sendo completamente sincera quando dizia isso – vem vamos tomar alguma coisa, me nego a sair de uma festa sem beber nada.

                -se você tem certeza disso vamos. –finalmente Karl se convenceu

            -onde esta Kitty? – só agora eu me dava conta que minha amiga não estava comigo no quarto.

               -ela ficou muito brava quando o bar men não deu bola pra ela e atropelou um cara do time de futebol da faculdade quando estava passando pela área da piscina. – Karl parecia divertir-se ao me explicar.

             - não acredito onde ela esta agora? Fiquei preocupada ao saber do possível mico que minha amiga tinha pagado. Não maior do que o meu logico mas mesmo assim grande .

               -atracada com ele até agora – Karl parecia divertir-se com minha preocupação.

              -ufa pensei que fosse algo ruim – agora eu me permitia me divertir também.

              O quarto que estávamos era grande porem simples, a cama em que eu estava deitada era de casal com grandes travesseiros macios, e uma colcha cinza, as paredes eram pintadas de um tom de cinza quase chumbo um grande guarda roupas de madeira pintado de branco ficava na parede oposta a cama  uma escrivaninha também branca com gavetas na sua lateral ficava ao lado  com um notebook repousando em cima dela com a tela  abaixada

        Saímos do quarto que Karl me explicara ser de Marcus e fomos em direção a escada passando por um pequeno hall onde as portas dos outros quartos ficavam tudo parecia cuidadosamente decorado com um bom gosto masculino.

            Nenhuma fofurice de mulher se mostrava em lugar nenhum as cores eram em tudo sóbrias os contrastes eram discretos e limpos.

           Descemos pela escada branca de degraus de mármore  ondulada que levara a sala de estar, que agora se encontrava cheia de casais dançando uma musica lenta que o DJ tocava e se beijando. Sorri ao pensar que um daqueles casais poderia ser Kitty com seu novo jogador de futebol.

             Agora mais calma do que antes, pude perceber o quanto a sala era bonita as pareces eram brancas e pesadas esculturas de pedra a enfeitavam, nada de quadros na parece somente uma espécie de armário quadrado de madeira com portas de vidro muito parecido com a cristaleira da minha avó.

                Ao chegar mais perto pude notar que o armário estava abarrotado de medalhas e troféus das mais diversas áreas físicas e intelectuais.

            Ali haviam pelo menos três troféus de xadrez, com mais dois de judô segundo as legendas, um de dança, e dezenas de medalhas que não pude decifrar a quais áreas pertenciam.

            -resultado de quase um século de irmandade – dei um pulo quando Marcus falou em voz alta atrás de mim.

             -impressionante. - foi tudo o que eu consegui dizer.

            -vem você ainda parece estar precisando daquela bebida. –disse e estendeu a mão direita com pedido para me conduzir.

             Peguei em sua mão e fomos juntos para a cozinha, finalmente tomei o drink de refrigerante que o bar men me dissera se chamar HI FI era bom refrescante e logo fez esquecer-me do meu desmaio.

            Fomos para a piscina onde nos encontramos com Kitty que conseguira se soltar do jogador e agora nos fazia companhia enquanto assistíamos o show  da banda de rock e víamos outro grupo de rapazes disputando quem tomava mais tequilas.

         Olhei curiosa a minha volta, mas aparentemente os olhos que eu tinha visto mais cedo tinham ido embora, me senti um pouco melhor ao constatar isso e me deixei curtir o resto da minha noite.

LUX MEA o renascimentoWhere stories live. Discover now