CAPÍTULO 4

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A lentidão dos meus passos opõe-se a excitação que transcorre por mim

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A lentidão dos meus passos opõe-se a excitação que transcorre por mim. As crianças correm de um lado para o outro e gritam como se estivessem fugindo de uma catástrofe mundial, mas na verdade é só a energia infantil no seu auge. Sorrio ao desviar delas e continuo a andar para chegar até a secretaria do colégio. Observo os alunos e percebo que várias idades se misturam, desde os menores, mais ágeis e barulhentos, até os adolescentes por volta de seus quinze ou dezesseis anos, reunidos em círculos. Eles conversam e riem uns dos outros, espalhados pelo pátio em vários grupos pequenos de cinco ou seis. Por um instante eu paro e os noto com mais atenção e consigo me enxergar nessa mesma idade, numa época distante ainda viva em minha mente.

— É uma das novas professoras? — uma mulher pequena de muitas curvas, óculos com cordões entrelaçados me pergunta com um sorriso aberto e acolhedor.

— Sim, sou Blanca. — informo.

— Eu sou Taniara, inspetora desses anjinhos sem asas — responde, com alguns pequenos a puxando pelo braço.

— A secretaria é naquele corredor à direita, logo após o pátio. É professora de que? — questiona, ajustando seus óculos ao rosto.

— Literatura.

— Ah! — diz, com o sorriso aberto amainando até desaparecer. — Soledade, a nossa coordenadora e vai lhe entregar seus horários.

— Obrigada. — respondo.

— Boa sorte! — diz, deixando-me para resolver uma rezinga entre as crianças.

Ao chegar ao corredor no final do pátio encontro várias salas, leio as placas coladas em cada uma das portas indicando a sala dos professores, diretoria, coordenação pedagógica e por fim secretaria.

Apoio meus cotovelos sobre a bancada que me separa das duas jovens mulheres em seus postos de trabalho.

— Oi, eu sou uma das novas professoras — digo, animada. Mas nem uma das duas mostram interesse e continuam seus trabalhos.

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