CAPÍTULO 17

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Corro pela minha vida, mas a areia fofa sob meus pés não colabora para que minha fuga seja bem-sucedida, olho por sobre os ombros e vejo ele se aproximar cada vez mais rápido.

— Ah, meu Deus! — clamo, colocando ainda força em minhas pernas.

— Eu vou pegá-la! — ele urra, diminuindo a distância entre nós.

Começo a chorar e então sinto um dos meus pés afundar, olho para baixo e a areia fofa e branca já difícil de percorrer se torna pantanosa, ergo a cabeça encarando em torno e a paisagem praiana é substituída por uma área plana e abundante de vegetação densa, o sol desaparece e uma bruma intensa se aproxima vindo pelo horizonte, junto a ela o homem com a arma na mão sorri apontando-a contra minha cabeça.

— Eu disse que iria pegá-la, não disse? Assim você não entra mais aqui para bisbilhotar o que não é da sua conta.

Minhas pernas estão afundadas até acima dos joelhos e não há mais nada que eu possa fazer por minha vida, aceito então meu destino e fecho os olhos esperando o momento final.

Quando sinto sua respiração em meu rosto e o bocal gelado da arma em minha testa, entendo que é mesmo o fim.

— Tchau! — ele diz e o som do tiro seco à queima roupa ecoa.

Desperto, tremendo, sobressaltada, ofegante... e antes mesmo de abrir os olhos passo a mão pelo rosto e respiro fundo, buscando assimilar que não era real e sim um sonho.

Por quanto tempo eu dormi? pergunto-me, abrindo os olhos e noto uma manta macia cobrindo meu corpo, afasto-a para o lado e me viro dando de cara com Egan sentado de pernas cruzadas no chão com os olhos fixos em mim.

— Você me assustou! — falo, levando uma mão ao peito e me sentando.

— Você estava sonhando — afirma, fazendo-me entender que eu devia estar mexendo muito ou até mesmo verbalizando partes desse sonho ruim.

— Não era um sonho, era um pesadelo — murmuro, atinando para a faixa larga de sol que toma conta da casa.

— Quanto tempo eu dormi? — sussurro.

— Desde ontem.

— Oh, sério?

Coloco os pés para fora do sofá e toco o chão.

— Não quis te acordar quando voltei — ele diz, sem menção de se levantar.

— Obrigada por me deixar ficar, estou me sentindo muito melhor — informo, levando uma mão ao rosto e percebendo que meus lábios não estão tão inchados quanto ontem.

— Eu trouxe sua bolsa. — Ele aponta para o aparador encostado na parede.

Vejo minha bolsa sobre o móvel e depois volto a olhá-lo, apreendo que essa deve ser a maneira para me dizer que meu tempo aqui terminou e devo ir embora.

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