CAPÍTULO 7

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De frente para a escola junto minhas mãos na altura do rosto, ansiando que tudo o que planejei dê certo e aquela turma me aceite como sua professora

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De frente para a escola junto minhas mãos na altura do rosto, ansiando que tudo o que planejei dê certo e aquela turma me aceite como sua professora. Respiro fundo e pé ante pé marcho com determinação e entro no Esperanza, encontro Luna conversando com Taniara e vários alunos correndo ao redor.

- Bom dia! - digo, aproximando-me.

Ambas me recebem com um sorriso no rosto e Taniara é a primeira a falar:

- Você voltou!

- Sim. Não tem outro lugar para eu estar que não seja aqui - informo, retribuindo o mesmo sorriso.

Começamos a andar, as três juntas, Luna continua a contar sobre uma atividade que pretende fazer com seus alunos e precisará da ajuda de Taniara para mantê-los em ordem. Eu as ouço, atenta e curiosa para saber mais de como ela conduz sua sala, entretanto, ciente que seus alunos em nada se parecem com os meus.

- Olha só quem está aqui - ouço uma voz baixa e sarcástica.

Desvio meu olhar e encontro Diego e alguns outros garotos em volta, ele está escorado contra a parede com os braços cruzados e a cabeça inclinada, numa postura que mais parece a de um gangster juvenil.

- Vão para a sala. - Taniara diz, agitando as mãos.

Os garotos ignoram sua fala e persistem me encarando com seus olhos estreitos e lábios cerrados, todos acompanham a postura de Diego e mesmo sem dizer nenhuma outra palavra, transmitem o recado silencioso de que sou uma intrusa, alguém que acaba de invadir sem autorização sua casa, a intimidação de que este não é o meu lugar. Nossos olhares cruzados se sustentam por mais alguns segundos, e, então, continuo a andar. Luna e Taniara seguem comigo.

- Diego é complicado, deixe-o por hora, perceba os alunos que serão mais receptivos a você e concentre-se neles. - Luna diz, apoiando uma mão no meu ombro.

No entanto, uma voz em minha mente ressoa aguda e precisa de que é em Diego que devo me concentrar.

Faltam ainda alguns minutos para a aula começar e na sala dos professores, consigo tomar um pouco de café e conhecer outras educadoras, além de trocar umas palavras com Soledade. Porém, o sinal retumba pela escola e todos seguem apressados para suas turmas. Todos, com exceção de mim, ando devagar, sem pressa, repassando cada etapa do meu plano à medida que abraço minhas pastas com mais força contra o peito.

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