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Sinopse:
Blanca e sua mãe vivem na extrema pobreza, ela pensa que entrar para uma organização criminosa é a maneira mais rápida de conseguir dinheiro. Mas, ao ficar cara a cara com o chefe dess...
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Meus lábios se estendem assistindo a alegria de Carlito ao experimentar o par de tênis, ele bate os pés no chão, testando a maciez do calçado e sorri, olhando-me em seguida.
— Posso ficar com eles nos pés? — pergunta.
Aceno a cabeça concordando. Dirijo-me a vendedora e peço que coloque alguns pares de meia na sacola dele e a acompanho até o caixa para pagar a compra, deixando Carlito sentado no banco à minha espera.
— Vamos? — digo, assim que retorno. Ele tem o olhar distante, agarrado à sacola plástica onde suas balas e as novas meias estão guardadas.
— Aham! — responde, ficando de pé.
Seu novo sapato destoa das roupas gastas que veste e penso que seria um presente completo de volta às aulas, comprar um novo conjunto para ele vestir.
— Sabe o que pensei agora. Que seus novos tênis precisam também de novas roupas.
Seus olhos brilham no mesmo instante, mas em seguida ele baixa a cabeça, e cauteloso diz:
— Não precisa.
— Olhe do outro lado da rua, tem uma loja de roupas infantis. Não vai demorar nada — completo.
Ele observa atento a loja e entorta um lado da boca, ainda desconfiado.
— Eu já tenho roupas — diz e começa a correr.
— Espera! — exclamo, tentando alcançá-lo.
— Brigado pelo tênis, tia! Amanhã eu vou pra escola, tá? — grita da rua e volta a correr, dessa mais veloz que qualquer adulto, desaparecendo na cidade.
Paro de correr e suspiro com um braço esticado.
— Por que todos correm de mim? — murmuro, recuperando meu fôlego.
Resolvo voltar para casa a pé, a distância não é mais tão grande e uma caminhada vai me ajudar a colocar em ordem meus pensamentos. A cada passo dado, mentalizo um detalhe da face do jovem Egan engaiolado na casa de Nolasco versus a visão daquele homem no parque, apesar de mais velho os traços são os mesmos.
