CAPÍTULO 14

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Sento-me na calçada e encosto no poste de metal reluzente e quente que indica ali a parada do ônibus, as lotações passam, uma, duas, três, perco a conta de quantos vão embora e de quanto tempo estou aqui esperando por Carlito

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Sento-me na calçada e encosto no poste de metal reluzente e quente que indica ali a parada do ônibus, as lotações passam, uma, duas, três, perco a conta de quantos vão embora e de quanto tempo estou aqui esperando por Carlito.

Começo a perder as esperanças de que ele vá aparecer e olho para o final da rua, o horizonte bem próximo onde o asfalto termina e o morro que um dia foi verde começa. Entalhado por casas pequenas e amontoadas, ele é o espaço que Taniara diz não terem coragem de entrar. Baixo a cabeça e penso em como seria mentiroso eu dizer que tenho medo de entrar nesse espaço, se eu vim de um lugar tão parecido como esse.

Elevo-me do chão e bato a mão para tirar a poeira da minha roupa e ajeito minha bolsa no ombro e começo a caminhar. O sol desliza pelo céu e a tarde está perto do fim, tenho que me apressar e voltar antes do anoitecer.

A quantidade de pessoas que andam aceleradas é imensa, elas não se dão conta de quem entra ou sai, estão apenas atribuladas em manter sua rotina de afazeres em dia, são muitas mulheres e homens voltando de seus exaustivos dias de trabalho, muitas senhoras carregando sacolas com mantimentos e crianças correndo pela rua.

Reconheço alguns das crianças como alunos no Esperanza e sorrio feliz por saber que essas a despeito de toda a dificuldade que enfrentam não abandonaram o estudo. Vejo uma mercearia pequena e com vários produtos pendurados pelas paredes e decido entrar e tentar alguma informação.

— Boa tarde — cumprimento o homem de meia idade que veste um avental azul. Ele segura ajeita uma bancada com algumas frutas dispostas.

— Pois não, moça — diz, limpando as mãos no avental.

— Por acaso, o senhor conhece um garoto que se chama Carlito. Ele tem por volta de uns dez anos, é baixinho e tem os cabelos escuros e encaracolados, com muitos cachos e bem redondinhos. — Gesticulo enquanto falo.

O homem meneia a cabeça enquanto seus olhos se direcionam para o alto, como se estivesse tentando lembrar de quem falo.

— Tem tanta criança aqui do jeito que disse, eu devo conhecer umas cinquenta eu acho — finaliza, erguendo as mãos.

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