CAPÍTULO 2

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As seis horas o relógio ao meu lado ecoa seu som estridente por todo o quarto, a antiguidade que funciona com seu tic tac contínuo desde a juventude de minha avó, cumpre sua função em me despertar melhor que qualquer celular, relógio digital e até...

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As seis horas o relógio ao meu lado ecoa seu som estridente por todo o quarto, a antiguidade que funciona com seu tic tac contínuo desde a juventude de minha avó, cumpre sua função em me despertar melhor que qualquer celular, relógio digital e até mesmo Pablo.

Estico meu braço para fora do edredom e bato com a mão sobre ele, cessando seu bramido matinal. Ainda fico na cama curtindo mais alguns minutos antes de levantar, quando escuto minha campainha retinir tão ou mais alto que o despertador.

— Pablo — murmuro sob o edredom.

— Abre a porta, você está atrasada. Não é possível que ainda esteja na cama.

Aperto os olhos e tapo meus ouvidos pensando na forma mais cruel de fazê-lo parar. Quando conheci Pablo, por volta dos nossos dezesseis anos, logo que minha mãe e eu nos mudamos às pressas, ele se assemelhava a um gatinho indefeso, e apesar do corpo robusto e imponente, atípico para um garoto daquela idade, era zombado na escola pelos cabelos vermelhos volumosos e cacheados que caiam por sua face enfeitada por centenas de sardas. Pablo diz que não tínhamos escolha a não ser nos tornar melhores amigos, e apesar de sermos provindos de padrões de vida bem distintos, éramos pobres coitados num colégio popular pela tradição e pela facilidade em segregar os que não correspondiam aos seus padrões estabelecidos.

— Blanca... — entoa com mais força a voz grave.

Saio da cama, ainda com os olhos ardendo pelo sono e sigo em direção a sala.

— O que quer? — questiono, abrindo a porta.

— São seis horas — informa, invadindo minha casa com dois copos de café nas mãos.

— Eu sei, e meu despertador também — aviso, apontando para meu quarto.

— É nosso primeiro dia, quero chegar antes para me ambientar. — Pablo me entrega um café, liga a televisão e se senta numa das duas únicas poltronas da minha sala.

— Nós nem estamos na mesma escola? — questiono, sem entender a razão pela qual eu também precise chegar antes.

— Sim, mas as aulas começam em todas as escolas no mesmo horário, não? Por isso o melhor é que saíamos juntos — debate.

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