A Rosa branca

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O local estava cheio de papéis rasgados, vidros quebrados e muita sujeira também de líquidos estranhos que eu não fazia a menor ideia do que eram, parecia que um furacão de quinta categoria havia passado no laboratório. Não me importava se Karl ficaria bravo ou não com a bagunça, o que importava mesmo era descobrir o motivo de Christa estar andando livremente pela casa sendo que ela vive trancada naquela Torre, e porque ela estaria justamente no laboratório. Me aproximei dela, ela deu um ataque de insanidade, segurando com uma força tremenda em meus ombros e com uma expressão de louca em seu rosto.

— O plano Cordelia! O plano do Karl! — Christa repetia essa frase inúmeras vezes.

— Mas que plano Christa? — Perguntava tentando entender o que ela estaria se referindo.

— Temos que impedir o plano dele! —Dizia Christa ainda fora de si.

Não aguentava mais ouvi-la repetindo as mesmas coisas e sem nenhuma explicação sobre isso, dava um tapa nela um pouco exagerado, pois a força a tinha feito cair no chão. Sinceramente, não tive escolha e nem sabia que tipo de medicação ela estava recebendo para se controlar, mas não teria feito isso por maldade, apenas queria que ela voltasse a si mesma e explicasse o que teria descoberto sobre Karl. Ajoelhava-me perto dela que ainda permanecia no caída chão, seu rosto teria a marca exata de meus dedos e estaria bem avermelhado.

— Agora você pode me contar em detalhes o que aconteceu? — Perguntava esperando que o tapa tivesse funcionado.

— Ah, meu rosto... sim, irei contar. Mas primeiro preciso de uma bolsa de gelo e uma xícara de chá morna também.

Escutava seus pedidos e ficaria frustrada por ter que atendê-los ou não teria as informações tão desejadas. Saímos de lá ignorando toda a bagunça do local e perguntava-me se Christa teria feito tudo aquilo. Não conhecia nada sobre Christa e nunca teria me dado muito bem com ela, a odiava pensando que ela queria roubar o Jack de mim, pois sua proximidade com ele era enorme e me incomodava. No começo, nunca teria sido amiga das outras esposas de Karl, elas não passavam de fantoches ambulantes que apenas colaboraram para as coisas que Karl planejava.

Na cozinha, entregava a bolsa de gelo para Christa e o chá ainda teria que ser preparado, ela ofereceu sua ajuda para fazer alguns bolinhos e preparar o chá também, não neguei e a ajudava também. Se alguém passasse ali pelo o local, pensaria até que tínhamos virado grandes amigas, mas não conversávamos ou falávamos sequer uma palavra, só estava interessada em sabe o que Christa tinha encontrado no laboratório. Por enquanto, ela estava bem calma e mantendo sua sanidade, o que me deixava tranquila por não ter que dar outro tapa nela.

— Faz tempo que não faço isso, tomar chá com alguém.--Falava Christa com a voz um pouca rouca e calma.

— Eu tomava chá todas as tardes com a minha irmã, enquanto estava fora.

— Deve ser bom, né? Ter uma irmã que você pode contar toda hora com ela.

Ela sorria pra mim falando essas palavras, nem sabia o motivo de estar puxando assunto com ela e, por incrível que pareça, a nossa conversa fluía normalmente. Assim que acabamos de preparar tudo, fomos até o Jardim, aonde teria alguns arcos com uma superfície por cima cobrindo e dando sombra, e uma mesa com algumas cadeiras. Era um ambiente ótimo para se ter uma boa conversa e tomar o chá da tarde. Christa servia o chá e tomava uma espécie de comprimido que ela teria pegado do bolso do vestido, provavelmente a tal medicação que a controlava.

— Por onde quer que eu comece? — Perguntava Christa tomando um gole do chá.

— Diga-me o que descobriu no laboratório.

Cordelia Sakamaki, a história nunca contada.Onde histórias criam vida. Descubra agora