Nascimento e ilusões

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Elizabeth encaminhava-me até o consultório de sua casa, local que ela atendia particularmente os pacientes. Quando chegamos ela rapida e cuidadosamente, me tira da cadeira de rodas e me coloca deitada na maca, iniciando uma série de exames e outras coisas para descobrir o que teria me feito sentir aquela dor. Depois de todos os procedimentos de análise e dos exames, Elizabeth parecia confusa por não ter encontrado nada de errado, a dor teria passado e estaria mais tranquila por não ter acontecido mais nada.

--Aqui nos resultados diz que está tudo normal, quase morri de susto.--Falava Elizabeth limpando o suor de sua testa.

--Você ficou mais preocupada do que eu, mas a bebê está bem?--Perguntava querendo de ter certeza.

--Sim, ela está bem. Por sorte ela é uma garota forte.

Os meses passavam muito rápido e depois daquele acontecimento as coisas tinham ficado bem estranhas, algumas noites não conseguia dormir por ter pesadelos horríveis com meus pais. Nunca conheci minha mãe, mas a imagem dela sempre ficava em minha mente e meu pai destruía toda essa imagem, com o sentimento de culpa que ele fazia questão de jogar em cima de mim, o pior era de dia ver sua imagem me humilhando e falando coisas terríveis.

--O que foi Cordelia? Não está querendo aceitar a verdade?--Dizia a imagem de meu pai, não passando de uma ilusão de minha cabeça.

--Você não é real, você está morto!

--Você é uma iludida igual a sua mãe, a boba pensava que tinha casado com ela por amor. Mas amor não existe, apenas o ódio pode existe.

--Fala como se soubesse de tudo, mas não passa de um monstro.

--Monstro? E você é alguma inocente? Quem jogou o Ayato no lago? Apenas aceite que é tão ruim quanto eu.

--Nunca!

Gritava e quebrava o espelho do quarto batendo no mesmo, começava a chorar por pensar que talvez ele tivesse razão e eu não passasse de um monstro também. Tinha feito coisas muito ruins e que seriam impossíveis de reparar, nem tinha feito planos para quando voltasse pra mansão, minha única certeza era que não seria mais a mesma mulher apaixonada ou iludida de antes. Teria tomado minha decisão e voltaria a focar em meu objetivo principal, mas claro nunca esquecendo de minha filha.

Assim que completei os meses da gestação, tudo estaria pronto para o parto que ocorreu sem nenhum problema. Depois de algumas horas minha filha nasceu com muita saúde e beleza, decide chama-la de Charlene, estava muito feliz por finalmente tê-la em meus braços. Elizabeth estaria muito contente também não querendo parar de segurar a bebê, sabia que ela a trataria como uma filha, tendo duas pessoas para cuidar dela. Finalmente pegava Charlene dando de mamar pra ela, algumas lágrimas de felicidade escorriam por meu rosto.

--Fico triste de não poder passar muito tempo com ela...mas farei cada segundo valer a pena.--Falava ainda lacrimejando.

--Não se preocupe, irmã. Ela está em ótimas mãos e você sempre poderá visita-la.

--Obrigada por tudo irmã, queria fica aqui pra sempre... mas não posso fugir de meus problemas.

--Entendo, pensei que Charlene teria chifres na cabeça igual aos demônios.

Dava risada do que ela falava e Charlene não tinha traços de demônio, talvez só fosse aparecer com o tempo. Aproveitava cada semana com Charlene, pela primeira vez me sentia como uma mãe cuidadosa e responsável, e ela quase não me daria trabalho pois não chorava com frequência e era bem calma. Os pesadelos também teriam parado de me atormenta, mas as palavras da ilusão de meu pai nunca seriam esquecidas. Após passar as semanas na casa de minha irmã, era a hora de partir para a mansão novamente.

Cordelia Sakamaki, a história nunca contada.Onde histórias criam vida. Descubra agora