Capítulo III

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BEATRIZ BAWDRICK

Nessa última semana aproveitei para ficar com minha família o máximo de tempo possível. Depois que me casar, não faço ideia de quando poderei vê-los novamente.

Na manhã seguinte a chegada de papai, o mensageiro saiu rumo ao castelo de Hawley, e voltou ontem ao anoitecer.

Segundo ele, lorde Lawford me aguarda e assim que eu chegar, o casamento será celebrado.

Não vou negar que sinto medo, não das lendas que as pessoas contam sobre ele, tenho medo por não saber como vai ser, se ele é uma má pessoa, se vai me tratar bem, não terei mais meus pais por perto para me proteger.

Olho pela janela e vejo que a carruagem a minha espera. Meu baú já esta dentro dela.

Olho para os lados, me despedindo do quarto que foi meu por toda minha vida.

Sequei as lágrimas que insistiam em cair de meus olhos e desci as escadas.

Todos me aguardavam do lado de fora do castelo.

Abracei todos os empregados. Todos gostam muito de mim e disseram que farei falta.

Ethan se aproxima com um olhar raivoso. Ele sempre foi meu amigo, desde criança dizia que se casaria comigo. Mas nunca o vi como nada além de um irmão.

— Você vai mesmo fazer isso Bea?

— Et, não é como se eu tivesse escolha.

— Sempre temos escolha. Fuja comigo.

— Me desculpe Ethan, você sabe quais são meus sentimentos por você, te vejo como um irmão. Se é para me casar sem amor, que seja por uma boa causa.

Ele me olha com mágoa e sai sem se despedir. Meu coração se aperta, tenho muito carinho por ele, mas não posso fazer nada.

Henry me apertou contra seu corpo e chorou em meu ombro.

— Me perdoe minha irmã, se eu não tivesse nascido assim, você não teria que passar por isso.

— Não diga mais isso Henry. Eu amo você, e só quero te ver bem, meu irmãozinho.

Ele acentiu enquanto secava os olhos. Foi a vez de mamãe me abraçar.

— Minha princesinha, eu amo você. Não se esqueça de minhas recomendações. Sentirei saudades.

Mamãe se referia à conversa que tivemos na noite anterior. Ela me disse como me portar na noite de núpcias e para sempre obedecer meu marido.

— Te amo, mamãe.

O último abraço foi de meu pai. Sempre fui mais apegada a ele.

— Me desculpe meu anjo. Eu me sinto tão mal por você ter que se sacrificar assim.

— Fique em paz papai. O senhor sempre foi um bom pai, um homem justo e benevolente, me ensinou a pensar nos outros e ser bondosa. Esse casamento trará felicidade ao meu lar, então trará a mim também.

— Você tem a alma nobre. Eu amo você. Se precisar de qualquer coisa, estaremos aqui.

— Sim papai. Espero que logo o senhor possa visitar-me. Eu amo o senhor.

Antes que não conseguisse mais segurar o choro, entrei na carruagem e o cocheiro a colocou para andar.

A viagem foi longa e cansativa. Foram três longos dias, mas finalmente chegamos.

Olhando pela pequena janela, admiro a beleza do local. As casas do vilarejo são muito bonitas, apesar de simples, tudo é muito limpo e os moradores são sorridentes e hospitaleiros. Por onde a carruagem passava as pessoas paravam e acenavam.

Marcados pelo Amor (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora