Capítulo IV

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BEATRIZ BAWDRICK

Acordei com as energias renovadas. Resolvi guardar as coisas que trouxe de casa.

Não tenho vestido de noiva, o máximo que consegui providenciar no tempo que tive foi um simples vestido branco, mas a cerimônia será pequena. Somente estaram presentes o sacerdote e os padrinhos.

Logo que termino de organizar tudo, alguém bate a porta.

— Pode entrar.

— Com licença. — uma senhora entra no cômodo — Meu nome é Mary, até o lorde contratar uma aia para a senhorita irei ajuda-la a se arrumar.

Ela me parece meio receosa, abro meu melhor sorriso.

— Muito prazer em conhece-la Mary. Sou Beatriz, mas pode me chamar de Bea. Sou acostumada a me banhar e arrumar sozinha, mas como essa é uma ocasião especial vou aceitar sua ajuda. Assim também terei companhia. Estou um pouco nervosa.

Ela parece um pouco mais relaxada depois de minhas palavras.

— Entendo menina Bea, logo você se acostuma com o novo lar. Imagino que já tenha ouvido os boatos sobre o lorde Lawford, talvez isso tenha a deixado apreensiva, mas lhe garanto que é um bom homem, eu o conheço desde que nasceu.

Enquanto fala vai abrindo as portas do roupeiro.

— Não vou mentir, ouvi falar coisas absurdas. Mas não acredito nos boatos. Me fale um pouco do meu noivo, se puder, claro. É um pouco estranho para mim me casar com um homem ao qual nunca vi.

— Entendo menina. Mas acho que sou suspeita para falar, eu criei esse menino como se fosse meu, desde o momento que veio ao mundo.

— Mas e a mãe dele?

— Giselle faleceu ao dar a luz, era uma mulher muito bonita e doce. Infelizmente teve algumas complicações e não resistiu.

— Oh, sinto muito.

— Mas isso já foi a bastante tempo. Quando Giselle se foi, Anthony quase enlouqueceu, ele culpava o filho pela morte da esposa, se transformou em um homem cruel, maltratou muito meu menino, então já aviso, não fale ou pergunte sobre isso ao lorde, é um assunto que o desagrada.

— Obrigada por avisar. Confesso que seria uma das primeiras coisas que perguntaria. Mas como é a personalidade e a aparência dele?

— É um homem muito bom e justo, sempre pronto para ajudar, é bem paciente também. A aparecia não posso dizer muito. Fazem muitos anos que não o vejo, mas pela criança que foi imagino que tenha se tornado um belo homem.

Quando ela me diz que não sabe como é o rosto do patrão fico espantada. Então quer dizer que parte dos boatos é verídica. Ele fica trancado no quarto e não deixa ninguém vê-lo .

Apesar do espanto, prefiro não comentar sobre isso.

Mary me ajuda a me banhar, depois a me vestir, maquiar e pentear os cabelos.

— Você está linda. Uma verdadeira lady.

— Obrigada Mary.

— Sua mãe deve ter te orientado sobre como se portar mais tarde, não?

Sinto minhas bochechas corarem

— Sim. Não se preocupe.

— Menina, sou uma mulher velha, já fui casada, se tiver alguma dúvida, pode falar comigo sobre isso. Sei que se sentiria mais a vontade falando com sua mãe,  mas já que ela está longe, quero que saiba que estou aqui se precisar.

Marcados pelo Amor (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora